quarta-feira, 15 de julho de 2015

Alex Ferraz

E eis que o presidente do Senado, Renan Calheiros, está novamente envolvido em pesadas denúncias de corrupção com empreiteiras. Em 2008, ele teve que renunciar devido a uma situação parecida, também envolvendo empreiteira. Agora, a coisa é bem mais grave. Então, passa da hora de renunciar de novo, em nome de um mínimo de seriedade neste país que diz combater a corrupção em todos os campos. Veremos...

Mais podridão no futebol, desta vez apadrinhada pelo governo.

Complacência com dívidas de times é escandalosa
Não é de agora que se desenha esse imoral acordo do governo para negligenciar com as dívidas, de mais de R$ 4 bilhões, de times de futebol brasileiros para com os cofres públicos. Ano passado, a própria presidente Dilma já havia admitido isso, e agora o Congresso ratifica. Vão reduzir em 70% o valor das multas e em 40% os juros sobre esta dívida fabulosa, enquanto qualquer cidadão comum cai na malha fina por escorrego de meros quatro ou cinco mil reais, e pode ir até para a cadeia.
Isso é um escândalo, uma vergonha, ainda mais quando se trata de um setor irrelevante para a economia séria nacional e no qual os dirigentes e boa parte dos jogadores se tornam milionários da noite para o dia.
Além disso, a benevolência, caso sancionada pela presidente, vem num momento em que a espantosa corrupção no meio empresarial futebolístico tem sido escancarada em todo o mundo, inclusive com alguns ladrões brasileiros na mira. É demais. Um deboche com o cidadão.

Ainda sobre o futebol (I)
Não vou dizer que me surpreende, mas deve espantar a algumas pessoas a mudez da chamada grande mídia em relação a esta decisão escandalosa.
Apenas se noticia o fato, como se fora algo normal, e não há nenhuma palavra de crítica. Quanto comprometimento!

Ainda sobre o futebol (II)
Os leitores podem até estar estranhando minhas incursões sobre as questões relativas ao futebol, mas é que é exatamente neste campo, com trocadilho, que se resume o caráter nacional: honrosas exceções à parte, o meio é povoado por péssimos caracteres e muita, muita ladroagem.
Também, esperar o que de um setor que movimenta bilhões combinado com certos traços do ser humano?

Ainda sobre o futebol (III)
E para encerrar, já nos minutos finais e sem prorrogação, cabe, mais uma vez, comentar a síntese do maucaratismo futebolístico ora incorporada pelo louvado Neymar.
Conseguiu, a cabeçadas e vértebras “fraturadas”, ficar fora de todos os jogos decisivos da Seleção Brasileira, na Copa do Mundo e na Copa América, e agora foi premiado com a não dispensa, pela Fifa, para participar das eliminatórias da Copa de 2018.
Esse garotinho é mesmo um péssimo caráter. E apenas um malabarista com a bola, no campo. Falta muito, muito mesmo, para merecer o título de craque.

Aonde vamos parar?
Enquanto governos e parlamento seguem mudos diante da necessidade urgente de uma reforma no Código Penal, ante a urgência para tornar as leis menos benevolentes neste país, a população segue ampliando a justiça com as próprias mãos, em espetáculos dantescos que se espalham por todo o território nacional.
Vivemos, senhores, com medo de bandidos e da Polícia, e agora linchando quem quer que roube um celular. É a selva. O resto é papo furado de demagogos que se locupletam.

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