Perdoem-me a ausência, mas,
sinceramente, ando desmotivado para escrever. É um trabalho inútil. Nos meus 35
anos de jornalismo sempre acreditei que poderia fazer a diferença revelando
fatos, denunciando mutretas, alertando a população sobre arapucas armadas pelos
políticos para prejudicar a todos nós em defesa dos seus interesses pessoais e
mesquinhos, contribuindo com informações de utilidade pública, enfim,
noticiando fatos, cumprindo com o papel da imprensa que, entendo, seja
fiscalizar e denunciar, informar à população sobre fatos que interferem direta
ou indiretamente na vida de todos. Não tem a imprensa o poder de solucionar
problemas nem efetuar ações diretas, mas o fato de que as autoridades se
sentiam intimidadas perante o trabalho da imprensa, faziam dela uma espécie de
quarto poder. Mas agora isso mudou. Por diversas razões. Posso enumerar algumas.
1) A imprensa está totalmente vendida. Toda grande imprensa está dominada por
grupos políticos, religiosos ou financeiros.
2) Mesmo os pequenos veículos de comunicação regionais ou locais, rádio
jornal ou TV, está atrelado a interesses particulares. Em suma. Tudo que se lê,
ouve ou vê, não corresponde totalmente à realidade. Restaria talvez o consolo
de que nas redes sociais temos espaço para exercer um jornalismo imparcial e
independente. Mas vejam, ninguém mais está se importando nem querendo ler nem
se envolver com política. As pessoas perderam seu poder de indignação e reação
e os políticos perderam totalmente a vergonha, e, consequentemente, o temor de
que seus trambiques sejam expostos pela imprensa. Ninguém está ligando pra
nada. É cada um por si e Deus por nós todos. Mas Jesus disse: Faz por ti que os
céus te ajudarão. Então, não esperemos sentado por uma solução divina
Porque
ela não virá.
Livros
Recebo convites para lançamentos de
livros e fico pensando: É muita coragem, ou pretensão, sei lá, alguém ainda
imprimir livros e promover lançamentos neste país de analfabetos e ignorantes. Mas,
eu bem que iria, porém, minhas dificuldades de deslocamento, principalmente à
noite, me impedem. Há ainda o fato de que eu não leio impressos. Com
dificuldade, leio, muito lentamente, alguma coisa no computador. É um castigo
danado para alguém como eu, viciado em leitura. Lia até bula de remédio. Mas eu
às vezes vou, principalmente se for durante o dia, a lançamentos de livros, até
mesmo para incentivar os autores e rever amigos.
Rejuvenesci
Disse um dia desses a alguns amigos
que, fosse eu ainda a metade do homem que já fui, estaria de arma em punho
pronto para iniciar uma guerra civil neste país de bananas em que o Brasil se
transformou. Mas, meio cego e aos 61 anos, isso já não é possível. Porém, dia
desses, um jovem me fez rejuvenescer por alguns momentos, dizendo na cara da ‘presidanta’
algumas coisas que tenho vontade de dizer a ela. Dá-lhe, meu jovem!
Palhaço
Até que me divirto ouvindo Silvio Luiz
narrando futebol. Não que ele seja bom narrador, mas é um verdadeiro palhaço e
me faz rir. Como o futebol virou mesmo um circo, nada melhor que um palhaço fazendo
palhaçadas. Mas é só mesmo o que Silvio Luiz sabe fazer. Palhaçadas. Não dá pra
levar ele a sério quando se trata de narrar de forma séria. Além do mais, ele
não disfarça o preconceito contra o Nordeste e os nordestinos. Na transmissão
do BA X VI, um dos grandes clássicos do futebol Brasileiro, ele fez piadas
preconceituosas o tempo todo com os nordestinos, além de trocar,
propositadamente, os nomes dos jogadores e até do árbitro da partida.
Simplesmente, ridículo.
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