Quando menino ouvia meu pai dizer que eu ia
estudar na Bahia. Naquele tempo Salvador era tão dominante que incorporava a
designação do Estado; a parte, pelo todo. Atualmente, falamos bem menos
que vamos para a Bahia, mas é nítido que Salvador ainda é ensimesmada, que a
administração é centrada na capital e que o restante do estado ainda é tratado
de forma inadequada.
Talvez pela absurda concentração
econômica, já que Salvador tem 25% da riqueza da Bahia, mostrando o grau de
pobreza absurda de nosso estado depois de todas estas gerações de politicos que
tivemos, mas o fato é que a capital guarda subliminarmente um comportamento dos
tempos antigos. Isto reflete-se nas ações do governo, na imprensa, e no
comportamento do Secretariado que não dá a devida atenção ao interior.
O fato pode ser medido pelo número
de secretários que vem a Feira, fora da comitiva do governador. Seis meses
depois do ínicio do governo, dos 26 Secretários, apenas o de Saúde esteve aqui.
O de Educação veio na posse do reitor e não em visita de trabalho.
Feira exige a presença dos secretários de
governo. Não queremos administradores de gabinete. Temos um polo industrial que
precisa ser revitalizado, uma universidade federal que não se instala por falta
de espaço; somos uma porta de entrada de drogas e cargas roubadas que exigem um
policiamento diferenciado; temos uma universidade estadual que cancela um
Festival de Violeiros e a Caminhada do Folclore sem que o Secretário de Cultura
se manifeste. Dispensamos, apenas, o de Planejamento, João Leão, enquanto for
alvo da Lava Jato.
Salvador não é a Bahia, senhores. Exigimos
satisfações.
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