segunda-feira, 6 de julho de 2015

Dilma piscou- o impeachment

É evidente que o governo Dilma acabou. Perdeu a base legal com as " pedaladas fiscais" e contribuições ilegais para campanha;perdeu a base política porque não tem articulação partidária eficiente e está refém do Congresso; perdeu a base popular porque o país tá em crise econômica que afeta principalmente os que tinham saído da linha da pobreza e a classe média; perdeu a confiança dos investidores, porque não se mostra  com  forças para recolocar o falido país no caminho econômico adequado.
O governo anda aos soluços, chantageado pelo Congresso. Aliado a isto é composto por um conjunto de Ministros de rara incompetência na história da República e incapazes de produzir um noticiário positivo. E a presidente, sob pressão, acentua sua limitação cognitiva - sim, é preciso assumir  isto- fazendo com que, frequentemente, diga  bobagens  como a saudação a mandioca e tantos outros momentos anedóticos.
Este conjunto de incapacidades, entre tantos males, leva a um outro, muito sério, ao qual não costumamos prestar atenção: a liturgia do cargo. Dilma está dessacralizando a imagem de Presidente da República. Virou anedota, motivo de chacota, de adesivos de mau gosto e até de agressões verbais, assim como os petistas. Aliás, por mais que ache que o PT não tem condições de ficar no poder, não concordo com agressões em restaurantes e hospitais. Panelaços,passeatas, protestos, sim, agressões ao direito individual não contribuem para a consolidação democrática.
A Presidente precisa ter condições de manter a liturgia do cargo e compor o simbolismo que ela representa. Dilma, infelizmente, está cada vez mais distante deste perfil. E este é um prejuízo que vai custar caro à nação reconstruir. 
Até agora ela vinha negando qualquer possibilidade de impeachment. Hoje, no entanto, convocou os líderes dos partidos- exatamente os que já conspiram abertamente contra ela- para uma reunião sobre o assunto. Não resta dúvidas. Dilma piscou...

 Maré baixa
Quando os Estados Unidos estavam em crise Lula dizia que o Brasil viveria apenas uma “marolinha” e deu conselhos a Obama como fazer para sair da crise. Bem, os EUA saíram da crise, voltaram a crescer enquanto o Brasil entrou em recessão numa maré violenta de desemprego. Talvez fosse a hora de ir lá pedir conselhos ou pedir uma prancha emprestado antes de afundar totalmente.

Grécia, a cigarra e a formiga
Os gregos esqueceram a lenda da cigarra e da formiga e não entenderam que o tempo dos empréstimos fartos eram apenas um cavalo de Tróia. Dinheiro um dia tem de ser pago. Com aposentadoria aos 65 anos (as de alto risco, como cabeleleiro e tintureiro aos 50) jornada de trabalho mais curta, funcionalismo público ineficiente e cheio de vantagens (inclusive prêmio por chegar pontualmente ao trabalho), 40 mil filhas de funcionários falecidos que recebem pensão como se nenhuma estivesse casada, corrupção e clientelismo viciantes, a quebradeira era inevitável.
A conta chegou, mas ao invés de fazer a mea-culpa e consertar os desmandos os gregos preferem culpar o inimigo externo – a Alemanha -, esquecendo de fazer o dever de casa. Ajudaria refugiar-se na caverna de Platão para refletir melhor e entender que não existe estado do bem estar social.
O mundo é duro. A educação está vindo pela pedra.


Nenhum comentário: