É evidente que o governo Dilma acabou.
Perdeu a base legal com as " pedaladas fiscais" e contribuições
ilegais para campanha;perdeu a base política porque não tem articulação
partidária eficiente e está refém do Congresso; perdeu a base popular porque o
país tá em crise econômica que afeta principalmente os que tinham saído da
linha da pobreza e a classe média; perdeu a confiança dos investidores, porque
não se mostra com forças para recolocar o falido país no caminho
econômico adequado.
O governo anda aos soluços, chantageado
pelo Congresso. Aliado a isto é composto por um conjunto de Ministros de rara
incompetência na história da República e incapazes de produzir um
noticiário positivo. E a presidente, sob pressão, acentua sua limitação
cognitiva - sim, é preciso assumir isto- fazendo com que, frequentemente,
diga bobagens como a saudação a mandioca e tantos outros momentos
anedóticos.
Este conjunto de incapacidades, entre
tantos males, leva a um outro, muito sério, ao qual não costumamos prestar
atenção: a liturgia do cargo. Dilma está dessacralizando a imagem de Presidente
da República. Virou anedota, motivo de chacota, de adesivos de mau gosto e até
de agressões verbais, assim como os petistas. Aliás, por mais que ache que o PT
não tem condições de ficar no poder, não concordo com agressões em restaurantes
e hospitais. Panelaços,passeatas, protestos, sim, agressões ao direito
individual não contribuem para a consolidação democrática.
A Presidente precisa ter condições de
manter a liturgia do cargo e compor o simbolismo que ela representa. Dilma,
infelizmente, está cada vez mais distante deste perfil. E este é um prejuízo
que vai custar caro à nação reconstruir.
Até agora ela vinha negando qualquer
possibilidade de impeachment. Hoje, no entanto, convocou os líderes dos
partidos- exatamente os que já conspiram abertamente contra ela- para uma
reunião sobre o assunto. Não resta dúvidas. Dilma piscou...
Maré baixa
Quando os Estados Unidos estavam em crise
Lula dizia que o Brasil viveria apenas uma “marolinha” e deu conselhos a Obama
como fazer para sair da crise. Bem, os EUA saíram da crise, voltaram a crescer
enquanto o Brasil entrou em recessão numa maré violenta de desemprego. Talvez
fosse a hora de ir lá pedir conselhos ou pedir uma prancha emprestado antes de
afundar totalmente.
Grécia, a cigarra
e a formiga
Os gregos esqueceram a lenda da cigarra e
da formiga e não entenderam que o tempo dos empréstimos fartos eram apenas um
cavalo de Tróia. Dinheiro um dia tem de ser pago. Com aposentadoria aos 65 anos
(as de alto risco, como cabeleleiro e tintureiro aos 50) jornada de trabalho
mais curta, funcionalismo público ineficiente e cheio de vantagens (inclusive
prêmio por chegar pontualmente ao trabalho), 40 mil filhas de funcionários
falecidos que recebem pensão como se nenhuma estivesse casada, corrupção e
clientelismo viciantes, a quebradeira era inevitável.
A conta chegou, mas ao invés de fazer a
mea-culpa e consertar os desmandos os gregos preferem culpar o inimigo externo
– a Alemanha -, esquecendo de fazer o dever de casa. Ajudaria refugiar-se na
caverna de Platão para refletir melhor e entender que não existe estado do bem
estar social.
O mundo é duro. A educação está vindo pela
pedra.
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