quarta-feira, 8 de junho de 2016

O perigo da vida é a travessia.

O mundo é um lugar duro. Violento, competitivo, com menos recursos de subsistência do que o necessário, com progressivo aumento da expectativa de vida - logo, da população geral-, mas que não apresenta o mesmo perfil de desenvolvimento do indivíduo, do humano, que continua refém de sua origem.
É, ainda, habitado por um ser que apesar das mudanças geradas pela epi-genética não mudou ou freou suas impulsões freudianas. O que nos salva da mera barbárie é a lei e/ou a fé. Não é a toa que Dostoievski no seu fenomenal Irmãos Karamazov diz que se Deus não existe tudo é permitido.
Assim, cabe compreender porque nada do que é humano nos é estranho, inclusive a usurpação do poder, os crimes, a luta pelo empoderamento (esta palavra me desperta os instintos mais primitivos) das minorias e a selvageria competitiva em todos os níveis.
Cabe ao contidos pela fé, lei, ou cultura, entenderem que o mundo das vantagens ( viu trabalhadores franceses!), das benesses, das vantagens pessoais ou de classe, não tem mais lugar, exceto pela miséria do totalitarismo.
Diante da escassez de recursos x crescimento populacional precisamos entender que a capacidade do governo não será mais oferecer o leite e o mel, mas tornar-se tão eficientemente funcional que garanta uma base de serviços desprovida de excessos, mas segura, organizado e confiável. Antes que os novos bárbaros nos invadam.
Assim, o sistema educacional universitário terá de cobrar dos estudantes com melhor perfil social- que seja uma contribuição e não uma extorsão; o SUS não poderá continuar amplo, universal, irrestrito, sem fator regulador; a previdência não poderá permitir limite de idade de aposentadoria com 45 anos e que não acompanhe a expectativa de vida, e por aí vai.
Isto é muito claro, porque é melhor que tenhamos um sistema que garanta este padrão mínimo, mas eficaz, do que um sistema com regalias que nunca se cumprem, se perpetuam na falência, nos frustra e acaba nos saindo mais caro.


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