
Por que o presidente interino escolheu tanta gente sob suspeita para seu ministério?
Temer apostou na impunidade ou fez uma grande manobra escolhendo ministros suspeitos?
Fica difícil entender quais as razões que levaram o presidente
interino, Michel Temer, a escolher um time de ministros onde pelo menos
oito estão sob investigação, acusados de corrupção. Assim, ele já
amargou a queda de dois, devido a delação premiada, e agora se vê na
iminência de trocar pelo menos mais três ou quatro.
Confesso que sou ingênuo em relação às tramamóias típicas do chamado
jogo político, mas tenho duas suspeitas: Temer apostou na impunidade ou
simplesmente fez um time para agradar os partidos numa primeira
instância e, agora, depois do trem da alegria com a criação de 14 mil
cargos e aumento de salários do funcionalismo federal, resolveu
rearrumar seu ministério.
Qualquer que tenha sido o motivo, não resta dúvida de que o desgaste é
enorme, para não falar no que está por vir com as bombas previstas para
novas deleções premiadas, como a da família Odebrecht e de Léo
Pinheiro, da OAS. Difícil...
Passarinho cantou feio
Morto anteontem, de causas naturais, aos 96 anos, Jarbas Passarinho
foi elogiado e sua morte lamentada por diversas autoridades. Não foram
poucos os que, como o presidente interino Temer, disseram que ele foi
excelente para o País.
Sem querer tripudiar sobre mortos, faço questão de lembrar aqui o que
Passarinho disse, ao assinar o terrível AI-5, ao então presidente Costa
e Silva, defendendo a repressão total: “Senhor presidente, às favas os
escrúpulos de consciência”. Pois é...
A crise acabou, senhores?
É impressionante a mudança verificada em alguns noticiários da TV,
notadamente o Fantástico, da Globo, depois da posse de Michel Temer.
Até 24 horas antes do início do processo de afastamento de Dilma
(muito justo, a meu ver), esses programas alardeavam a teremenda crise. O
Fantástico, então, era tomado por longas matérias de denúncias. Agora,
virou uma revista de fim de semana, no mais autêntico estilo Ti, Ti, Ti.
Bezerra,sempre muito atual (I)
Vamos lembrar aqui uma letra do inesquecível Bezerra da Silva, que
continua tendo tudo a ver com a nossa realidade: “Para tirar meu Brasil
dessa baderna/Só quando o morcego doar sangue/E o saci cruzar as pernas”
Bezerra,sempre muito atual (II)
Segue Bezerra: “Toda nossa esperança é somente lembrança do passado/A
alta cúpula vive contagiada pelo micróbio da corrupção/O povo nunca tem
razão, estando bom ou ruim o clima/Somente quem está por cima é a tal
dívida externa/E o malandro que faz aquele empréstimo/E leva os vinte
por cento dela para tirar!”
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