O governo estuda estender o auxílio emergencial,
destinado a trabalhadores informais, desempregados e beneficiários do
Bolsa Família, até o fim de 2020, segundo apurou o Estadão com integrantes da equipe econômica.
A ideia é que o benefício seja prorrogado até dezembro,
mas o valor das próximas prestações (setembro, outubro, novembro e
dezembro) deve ser menor do que os R$ 600. Ainda não foi batido o
martelo, mas uma das opções é pagar R$ 200 nesses meses.
O governo já destinou R$ 254,4 bilhões para o pagamento
do auxílio emergencial de R$ 600, num total de cinco parcelas (de abril a
agosto). A despesa mensal do auxílio está em R$ 51,5 bilhões, e todos
os gastos do governo para combater a pandemia e seus efeitos estão sendo
bancados com o aumento do endividamento do País.
Para o governo, o "grande nó" é a substituição do
auxílio emergencial por um novo programa social, batizado de Renda
Brasil, em substituição ao Bolsa Família. Há dúvidas se o governo
conseguirá tirar o programa do papel até o fim do ano.
Como mostrou o Estadão, a equipe
econômica quer atrelar esse debate a uma revisão de gastos sociais
considerados ineficientes. Na mira dos técnicos estão gastos como abono
salarial, seguro-defeso (pago a pescadores artesanais no período de
reprodução dos peixes, quando a pesca é proibida) e farmácia popular.
Além disso, a continuidade do pagamento do auxílio
emergencial ajuda a garantir apoio a Jair Bolsonaro, principalmente nos
Estados do Norte e Nordeste. Como mostrou o Estadão, em viagens pelo País o presidente, em tom de campanha, tenta capitalizar medidas aprovadas pelo Congresso.
Pesquisas apontam que foi Bolsonaro quem mais ganhou com
o pagamento do auxílio emergencial de R$ 600 dado aos trabalhadores
informais que perderam renda por causa da pandemia do novo coronavírus.
Mesmo que tenha inicialmente se posicionado contra o benefício, para o
eleitor o que fica é que o dinheiro entrou na conta, foi pago pela Caixa
Econômica Federal, portanto, pelo presidente.
O auxílio emergencial foi criado em abril, por meio de
uma lei aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada por Bolsonaro. A
previsão inicial era que o auxílio fosse pago por três meses, mas a lei
deu a possibilidade de prorrogação do benefício.
O texto enviado pelo governo ao Congresso previa que o
auxílio fosse de R$ 200, mas o texto aprovado pelo Congresso passou o
valor da parcela para R$ 600.
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