
Nem transporte, nem segurança, nem saúde
pública melhoraram coisa alguma. Tudo está como dantes, neste velho quartel de
Abrantes. E quanto à mudança do perfil dos políticos, a situação é ainda mais
acintosa na medida em que a “reforma política” que ora vem sendo engendrada
tem, pasmem, como capitães, figuras execráveis da vida política brasileira,
inclusive uma delas alvo de protestos diretos em 2013, que é Renan (argh!)
Calheiros.
Calheiros e Eduardo Cunha, este um
representante do que há de mais retrógado na sociedade brasileira, um
fundamentalista patético, estão conduzindo a dita “reforma política”, tratando
os conteúdos como cláusulas particulares, ou seja, apenas referendando aquilo
contra o quê a sociedade se colocou e se coloca totalmente avessa. Todas as
manobras – e não perderei tempo aqui para identificá-las – tentam levar, pura,
simples e cinicamente, à manutenção do status quo, numa tentativa perversa de engabelar a opinião
pública.
Senhores, o que a população pediu, e pede,
é que tenhamos políticos com novas ideias, o máximo possível livres dos vícios
de décadas que levam ao roubo escandaloso aos cofres públicos, seja através de
mordomias bizarras ou do puro e simples furto. Mas isso não está mudando e nem
vai mudar, repito, na medida em que as raposas é que estão tentando impor
regras ao galinheiro.
Tudo está sendo elaborado, inclusive com
anuência de partidos que posam de “esquerda” ou arautos da “mudança”, para que
nada mude.
Eis uma lembrança recorrente para mim,
quando toco neste assunto, e já repeti isso aqui e na minha coluna várias
vezes: a frase do príncipe à beira da derrocada da monarquia na Itália, no
fantástico romance de Lampedusa, “O Leopardo”: “É preciso mudar, para que tudo
fique como está”.
Enfim, caros leitores – e espero que
eleitores não crédulos –, o que está em curso é mais uma grossa enganação.
Estão tentando ludibriar a sociedade, que tem que reagir a isso. Vamos exigir
que o perfil dos políticos mude, sob pena, inclusive, de nos abstermos de
votar.
Aliás, tomara que seja aprovado o fim de absurda
e ditatorial obrigação do voto. Eles chamam o voto de “direito”, mas direito é
aquilo que você pode exercer ou não. O voto, nos moldes que vem desde a década
de 1930, é simplesmente uma absurda obrigação. Você TEM que eleger alguém. Ora,
bolas! E se você não quiser eleger nenhum dos que se apresentam, simplesmente
por não acreditar neles? Aí é punido, pode perder emprego, não tira passaporte,
um inferno. Temos que acabar isso ou jamais alguém poderá abrir a boca para
dizer que este país uma democracia. Hum, democracia à custa de votos comprados,
inclusive pelo Bolsa Família? Vade retro!
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