terça-feira, 23 de junho de 2015

O futebol


“O ópio do povo”; “A Pátria de chuteiras”; “Invenção do demônio”. “O esporte nacional”. São referências comuns ao futebol brasileiro, dependendo de quem fala e da conjuntura sócio política do momento. De vero apenas o fato que o futebol é o esporte mais popular do Brasil e do mundo, haja vista que tem um evento mundial só dele, a Copa do mundo, embora tenha participação também nas Olimpíadas. Mas, como quase tudo que o dinheiro toca apodrece, com o futebol não foi diferente. Demorou, mas enfim veio à tona o mar de lama que envolve esse esporte através dos seus mais insignificantes dirigentes e jogadores, até os altos escalões das federações nacionais e da sua entidade maior, a Federation Internationale de Football Association (Fifa).
         Talvez alguma coisa mude, mas será muito pouco e por pouco tempo, porque nada suporta a deterioração que os interesses financeiros podem causar às pessoas e instituições. Há muito as pessoas se questionam porque os recursos tecnológicos disponíveis não são utilizados para redimir dúvidas em lances capitais dos jogos, o que poderia diminuir a carga de responsabilidade dos árbitros e auxiliares, evitando reclamações, brigas e, o que é pior, permitindo que resultados possam ser manipulados e alterados deliberadamente. Por que não utilizar os recursos tecnológicos? Porque não há interesse dos dirigentes, que preferem continuar com a catimba, o trambique, a malandragem, a fabricação de resultados. Os casos escabrosos ocorridos no futebol mundial, se contados, gerariam milhares de páginas impressas. Só pra lembrar alguns: Alemanha perdendo para a Áustria por 1 X 0, placar exato que classificaria os dois. Peru tomando seis da Argentina para desclassificar o Brasil. Gol legitimo do Vasco sobre o Flamengo, em que a bola entrou mais de um metro, diante dos olhos do fiscal de linha, e que foi anulado. Refletores apagados no Barradão, e árbitro mandando o Fluminense voltar a campo depois de ter dado a partida por encerrada e os jogadores já se encontrarem de banho tomado, sem uniforme, e sem o necessário aquecimento.
         Esses fatos são corriqueiros no futebol mundial. Agora mesmo tivemos aqui no Brasil o caso da Portuguesa, vítima de um trambique da própria CBF, interessada em manter o Fluminense do Rio na primeira divisão. O clube reclamou na justiça comum e foi perseguido, sendo rebaixada para série B, logo em seguida, para a série C, do campeonato brasileiro. E o caso é recorrente, pois o Fluminense do Rio já havia sido rebaixado duas vezes anteriormente, e em ambas as vezes, virou a mesa na base do trambique e do conchavo espúrio com dirigentes da CBF. Alie-se tudo isso ao monopólio da rede Globo, que compra os direitos de transmissão exclusivos de todas as séries do Brasileirão, para vender pacotes caríssimos dos seus canais fechados e manipular o horário dos jogos para não abrir mão da sua programação de telejornais e novelas.
         O resultado disso tudo é o que se vê. Estádios vazios e torcedores bandidos a trocar tiros, socos, pauladas e facadas nas arquibancadas. Bandidos, sim! Porque nenhum trabalhador ou chefe de família vai deixar o conforto da sua casa para se arriscar nas ruas inseguras das cidades brasileira nas altas horas das noites e madrugadas. Só mesmo vagabundos.
         Mas a decadência do futebol brasileiro é o reflexo da decadência da sociedade brasileira, que está se tornando um pais de ignorantes, semianalfabetos, onde as autoridades não se dão ao respeito e por isso mesmo ninguém mais respeita o país, a ponto da Venezuela se sentir à vontade para insinuar uma invasão ao Brasil. Eu não assisti, até porque o jogo da seleção feminina estava mais interessante, mas me disseram que o árbitro do jogo Brasil e Colômbia deixou o pau correr solto, e ainda expulsou Neymar sem motivo, demonstrando clara intenção de tirar o Brasil do caminho do Chile, seu pais natal. Se assim foi, podem apostar que vai dar Chile na cabeça nessa Copa América. Como eu afirmo sempre: Onde há muito dinheiro envolvido, o jogo é sempre de cartas marcadas. Besta é quem ainda torce e faz festa para jogadores.
         A propósito. No dia em que perderam para a Colômbia, os jogadores brasileiros ficaram tão tristes que foram afogar suas mágoas numa boate alugada, repleta de belas prostitutas e bebidas caras.

         Pra frente Brasil!

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