O auditório da Assembleia
Legislativa do Estado de Massachusetts estava cheio quando uma mulher com uma
camiseta verde-amarela foi chamada ao microfone.
Diretora
executiva do Centro do Trabalhador Brasileiro em Boston, Natalícia Tracy pediu
aos legisladores que aprovassem uma lei em discussão que impediria policiais de
prender imigrantes só por estarem no país ilegalmente.
Horas antes,
Tracy falara num evento da prefeitura de Boston e, após deixar a assembleia,
ainda participou de um painel sobre trabalho doméstico na Universidade Harvard,
uma das mais prestigiadas do mundo.
A movimentada
agenda reflete a projeção alcançada pela brasileira, que se mudou para os
Estados Unidos em 1989 e se tornou uma destacada líder nos movimentos de
trabalhadores e imigrantes do país.
Hoje com 45
anos, Tracy foi recrutada aos 19 em São Paulo para acompanhar uma família
brasileira numa temporada de dois anos em Boston. Além de cuidar de um bebê de
dois anos, desempenhava todas as tarefas domésticas da casa. A jornada, diz
ela, ia das seis da manhã às onze da noite.
"De
acordo com as leis trabalhistas dos Estados Unidos, eu estava num trabalho
considerado escravo", ela afirma à BBC Brasil.
Tracy diz que dormia numa "varanda fechada com
cimento grosso no chão" e que não podia usar o telefone nem receber
cartas. "Eles não me deixavam pôr meu nome na caixa de correio, e o
carteiro não entregava."
Ela conta
que, muitas vezes, não sobrava comida após cozinhar para os patrões.
"Fiquei doente e não me levaram ao médico. Era um ser humano que estava
sob a responsabilidade deles: não falava inglês, não tinha família aqui." A
pior parte, diz ela, era o pagamento: US$ 25 por uma jornada de 90 horas
semanais, valor muito abaixo do salário mínimo local.
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