sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Dietas detox funcionam mesmo ou são puro marketing?

Jejuar por duas semanas, alimentar-se durante cinco dias exclusivamente de sucos ou tomar durante 48 horas um composto à base de limão, xarope de bordo e potássio.
Estas são algumas das dietas desintoxicantes, também conhecidas como "detox", usadas por celebridades para perder peso e desintoxicar o organismo - e cada vez mais populares entre as pessoas comuns.
De um lado, há quem diga que as dietas são fáceis de serem seguidas e permitem eliminar o que "seu corpo não necessita". "(Isso ocorre) graças a alimentos desintoxicantes, como abacaxi, aspargos, espinafre e aipo, ou ao jejum, para limpar e purificar o sistema digestivo", argumenta Nekane Ullán, especialista em nutrição clínica da empresa espanhola Dietox, que promove esse tipo de dieta.
"Pode variar do jejum completo à ingestão exclusiva de verduras e frutas ou ao semi-jejum, à base de sucos e saladas. E, para que sejam eficazes, basta testá-las ao menos por um dia." De outro lado, alguns cientistas e especialistas questionam essas afirmações e garantem que, muitas vezes, são dietas perigosas, sem qualquer base científica, que usam o conceito de desintoxicação como um termo puramente comercial.
Jesus Román, presidente da Sociedade Espanhola de Nutrição e Ciências da Alimentação e professor da Universidade Complutense de Madri, diz que são dietas "difíceis de serem seguidas", porque quem as realiza "não pratica uma única dieta, mas centenas delas". "São pessoas que não costumam comer de forma saudável e equilibrada, porque passam de uma dieta para outra, e isso é um perigo para o metabolismo", explica Roman.
O que mais deixa os especialistas preocupados é a falta de evidências científicas que sustentem essa terapias de "limpeza de toxinas", como diz quem as defende. Os promotores dessas dietas rebatem dizendo que existem vários fatores que afetam o acúmulo de toxinas "no fígado, no baço e nos rins, como o ambiente, a alimentação ou a hidratação", diz Ullán.
Mas o problema, afirmam cientistas, é que essas tais toxinas não existem ou, ao menos, ainda não foram comprovadas pela ciência, algo que as próprias empresas do setor reconhecem.

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