Dono de restaurante que virou garçom.
Estudante de arquitetura na linha de produção de fábrica. Ontem advogado, hoje
vendedor.
Com
oportunidades escassas, desempregados estão procurando vagas fora de suas
áreas, com exigências e salários menores. Segundo agências de emprego e
especialistas do setor, a tendência é predominante nas contratações.
A mudança vem
com o aumento do desemprego, que subiu para 7,6% em janeiro nas seis principais
regiões metropolitanas do país, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística) divulgados nesta quinta-feira. Em dezembro, a taxa era
de 6,9%. O número de janeiro é o maior para o mês desde 2009, quando alcançou
8,2%.
Os cortes
começaram a atingir os brasileiros mais escolarizados, que entram na disputa
com profissionais menos qualificados. Pelos dados do Caged (Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho, no ano passado foram
fechados 115 mil postos para pessoas com ensino superior completo e incompleto.
Daphne Hoher, de
23 anos, sentiu os efeitos de um mercado mais concorrido. Com duas faculdades
no currículo, além de cursos técnicos e inglês fluente, não conseguiu voltar a
trabalhar em hotéis, segmento em que tem experiência como recepcionista
bilíngue. O jeito foi tentar ser atendente de telemarketing.
“Não entendo o
que está acontecendo. Nos meus antigos empregos, meus chefes sempre pediam para
eu não sair. Agora não consigo voltar.”
A matemática é
dura. No caso de Daphne, que está desempregada desde novembro, já foram
enviados mais de 80 currículos. Desses, só três levaram à etapa de entrevista.
Em duas delas, nem informaram se alguém foi escolhido. Leia matéria completa no BBCBrasil.
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