quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

'Aceito qualquer coisa': Para voltar ao mercado, desempregados se sujeitam a cargos e salários menores

Dono de restaurante que virou garçom. Estudante de arquitetura na linha de produção de fábrica. Ontem advogado, hoje vendedor.
Com oportunidades escassas, desempregados estão procurando vagas fora de suas áreas, com exigências e salários menores. Segundo agências de emprego e especialistas do setor, a tendência é predominante nas contratações.
A mudança vem com o aumento do desemprego, que subiu para 7,6% em janeiro nas seis principais regiões metropolitanas do país, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados nesta quinta-feira. Em dezembro, a taxa era de 6,9%. O número de janeiro é o maior para o mês desde 2009, quando alcançou 8,2%.
Os cortes começaram a atingir os brasileiros mais escolarizados, que entram na disputa com profissionais menos qualificados. Pelos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho, no ano passado foram fechados 115 mil postos para pessoas com ensino superior completo e incompleto.
Daphne Hoher, de 23 anos, sentiu os efeitos de um mercado mais concorrido. Com duas faculdades no currículo, além de cursos técnicos e inglês fluente, não conseguiu voltar a trabalhar em hotéis, segmento em que tem experiência como recepcionista bilíngue. O jeito foi tentar ser atendente de telemarketing.
“Não entendo o que está acontecendo. Nos meus antigos empregos, meus chefes sempre pediam para eu não sair. Agora não consigo voltar.”
A matemática é dura. No caso de Daphne, que está desempregada desde novembro, já foram enviados mais de 80 currículos. Desses, só três levaram à etapa de entrevista. Em duas delas, nem informaram se alguém foi escolhido.  Leia matéria completa no BBCBrasil.


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