sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

E aí, secretário Maurício Barbosa?

O cidadão baiano, embevecido com o carnaval, especialista em sobrevivência, portador de fé inabalável na sorte, precisa mesmo da proteção do Senhor do Bonfim para escapar da violência. Afinal, temos a inacreditável taxa de 54 homicídios por 100 mil habitantes em Salvador e Feira entrou na lista das 30 mais violentas do mundo.  
Na inacreditável rotina de um banco assaltado por dia, a Bahia vai se convertendo em um caso para estudo do crescimento da violência e da limitação da resposta policial. Um insucesso que precisa ser explicado à Sociedade por dirigentes políticos e policiais. Em uma mesma semana o Banco do Brasil de Conceição do Jacuípe e de acobina voaram pelos ares.
Impressiona a facilidade de obterem explosivos, sem controle, o domínio da técnica, o armamento pesado, o deslocamento sem levantar suspeitas, as fugas sem pistas, os recursos não encontrados. Há algo de muito errado em tudo isto. A sociedade exige resposta.
O Secretário de Segurança precisa se dirigir à população e a polícia mostrar resultados ou apontar quais são as limitações. Não se pode conviver com o estado de pânico como vive a ex-pacata Berimbau (terceira vez) e o piemonte Jacobinense.

O cidadão chega em casa na quarta-feira de cinzas e a mulher vem pra cima - Quem era aquela loira que tava lhe beijando no bloco?
- Eu não sabia que tinha alguém me beijando no bloco não. É fofoca de inimigos. Leia o que estão dizendo do Lula.
- Não seja cínico. Eu tenho 111 fotos de você e sua amante juntos
- Ela não é minha amante. É de um amigo. Eu sou apenas usufrutuário...

O risco do vazio da autoridade
Toda vez que há um vazio de autoridade - qualquer autoridade-,  um vácuo,  existe uma tendência a que outra pessoa ou grupo ocupe este espaço, e o ocupa, não para resgatar a autoridade segundo os padrões de comportamento ou lei já estabelecidas, mas sob os seus próprios padrões, que, modo geral, lhe são convenientes e oportunos, ainda que não o seja para o resto da população. 
A omissão da Europa em tomar posição diante dos muçulmanos por conta da sensação de culpa ancestral e do manipulador discurso do multiculturalismo; a omissão, antes de Joaquim Barbosa e Moro, da Justiça brasileira em punir os corruptos, são exemplos.
Na Europa, França em especial, o preço está sendo cobrado em vidas e temor. No Brasil, a ausência do exercício do poder limitador, da lei, especialmente do STF, permitiu aos partidos brasileiros, sem exceção, construírem este modelo de devassidão administrativa e política que mais que desviar recursos destrói o conjunto da sociedade e, muitas vezes, a deixa refém.
O exercício da autoridade e o cumprimento do que dela se espera é o que pode nos salvar. Seja na criação dos filhos ou no exercício da Presidência.


 A crise e o masoquismo nacional
São 10 milhões de desempregados, mais de 100 mil lojas fechadas, recessão, inflação de mais de 10% e PIB negativo por 3 anos.
            Apesar disto o governo segue indiferente, inútil, incapaz de qualquer medida de gestão. Sem credibilidade, fica extorquindo mais o brasileiro através dos aumentos setoriais de impostos como bebidas, sorvetes, como se estes também não gerassem emprego; com o não reajuste da tabela do Imposto de Renda, mais uma vez. Ao mesmo tempo insiste em tirar mais do cidadão com o CPMF, como se fosse nossa a obrigação de cobrir o rombo da corrupção e populismo oportunista, mas não corta o custeio, não reduz seus 22 mil cargos comissionados, não faz nenhum ajuste na sua máquina corrompida e aparelhada, no seu Ministério de uma incompetência sideral e dedica seus dias não a administrar o país, mas a barganhar a permanência no poder no dia seguinte, como se fosse um drogado.
            A presidente, por sua vez, em completo surto mental sai a dizer asneiras sem sentido em seus discursos que vão da mandioca a mosquita como se isto fosse respeitoso com nossas vidas, empresas e empregos. E ausenta-se de representar o Brasil nos encontros internacionais, certamente para evitar o vexame que acontece toda vez que é exposta ao público.
            As instituições, enquanto isto, sobrevivem de ações individuais e não de um processo solidificado e estruturado de funcionamento. O Senado e a Câmara são presididos por dois investigados do STF em 8 processos como se isto fosse a coisa mais natural do universo e não merecesse o repúdio feroz da nação, que, entretanto, não entende que a quarta feira de cinzas já chegou e segue em pleno carnaval.
            A oposição, salvo raras exceções, por sua vez, não passa de uma destas falsas alegorias que costumam enfeitar as passistas, mal cobrindo sua falta de pudor.
            Enquanto isto muitos seguem a defender o governo como se tudo que está acontecendo fosse um baba ideológico e a população mais pobre já não estivesse sofrendo, de volta a linha de pobreza e colocada para escanteio.
Falta um mínimo de grandeza à presidente, para assumir sua incapacidade; falta um mínimo de pressão a bandidagem que ocupa a maior parte do congresso para que se faça reformas e acabe o desperdício; falta uma redução mínima do masoquismo nacional para que, enfim, se farte da continuada agressão sádica dos políticos atualmente no poder.

Homenagem aos vivos
            Como dizia Tomas Antonio Gonzaga: as glórias, que vêm tarde, já vêm frias. Acho tolice que alguém só possa ser homenageado depois de morto. A vida deve ser vivida em sua plenitude - glória e ocaso - em seu tempo real, como benefício, ou prejuízo, de cada um. Por isto acho injusto que aqueles que construíram uma biografia com mérito não possam ser reconhecidos em vida, não possam ver que sua obra teve a aprovação de seus pares.
A lei atual deveria ser modificada, entretanto seria preciso respeitar regras para evitar o personalismo desenfreado que nossos políticos já praticaram, inclusive na Bahia e em Feira de Santana. Acho que poderia ser assim:
Art 1º - cidadãos, vivos, poderão ser homenageados com nomes em logradouros públicos desde que já tenham completado a idade mínima da expectativa média de vida da população brasileira, calculada pelo IBGE, e atualmente em 74 anos.
Art 2º  - Cidadãos que tiveram perda de mandato, que tenham sido cassados em seus direitos políticos, em regime democrático, ou tenham condenação judicial por crime comum, não poderão ser homenageados.
Art 3º - Políticos no exercício do mandato ou parentes destes, não poderão ser homenageados.
Com a discussão aberta poderiam surgir outras regras, como, por exemplo,  limitação do número de homenagens, afinal, post-mortem nos bastaria a redenção dos céus. 


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