O cidadão
baiano, embevecido com o carnaval, especialista em sobrevivência, portador de
fé inabalável na sorte, precisa mesmo da proteção do Senhor do Bonfim para
escapar da violência. Afinal, temos a inacreditável taxa de 54 homicídios por
100 mil habitantes em Salvador e Feira entrou na lista das 30 mais violentas do
mundo.
Na inacreditável
rotina de um banco assaltado por dia, a Bahia vai se convertendo em um caso
para estudo do crescimento da violência e da limitação da resposta policial. Um
insucesso que precisa ser explicado à Sociedade por dirigentes políticos e
policiais. Em uma mesma semana o Banco do Brasil de Conceição do Jacuípe e de acobina
voaram pelos ares.
Impressiona a
facilidade de obterem explosivos, sem controle, o domínio da técnica, o
armamento pesado, o deslocamento sem levantar suspeitas, as fugas sem pistas,
os recursos não encontrados. Há algo de muito errado em tudo isto. A sociedade
exige resposta.
O Secretário
de Segurança precisa se dirigir à população e a polícia mostrar resultados ou
apontar quais são as limitações. Não se pode conviver com o estado de pânico
como vive a ex-pacata Berimbau (terceira vez) e o piemonte Jacobinense.
O cidadão
chega em casa na quarta-feira de cinzas e a mulher vem pra cima - Quem era
aquela loira que tava lhe beijando no bloco?
- Eu não
sabia que tinha alguém me beijando no bloco não. É fofoca de inimigos. Leia o
que estão dizendo do Lula.
- Não seja cínico. Eu tenho 111 fotos de você e sua amante juntos
- Ela não é minha amante. É de um amigo. Eu sou apenas usufrutuário...
- Não seja cínico. Eu tenho 111 fotos de você e sua amante juntos
- Ela não é minha amante. É de um amigo. Eu sou apenas usufrutuário...
O risco do vazio da autoridade
Toda vez que
há um vazio de autoridade - qualquer autoridade-, um vácuo, existe
uma tendência a que outra pessoa ou grupo ocupe este espaço, e o ocupa, não
para resgatar a autoridade segundo os padrões de comportamento ou lei já
estabelecidas, mas sob os seus próprios padrões, que, modo geral, lhe são
convenientes e oportunos, ainda que não o seja para o resto da população.
A omissão da
Europa em tomar posição diante dos muçulmanos por conta da sensação de
culpa ancestral e do manipulador discurso do multiculturalismo; a omissão,
antes de Joaquim Barbosa e Moro, da Justiça brasileira em punir os corruptos,
são exemplos.
Na Europa,
França em especial, o preço está sendo cobrado em vidas e temor. No Brasil, a
ausência do exercício do poder limitador, da lei, especialmente do STF,
permitiu aos partidos brasileiros, sem exceção, construírem este modelo de
devassidão administrativa e política que mais que desviar recursos destrói o
conjunto da sociedade e, muitas vezes, a deixa refém.
O exercício da autoridade e o cumprimento do que
dela se espera é o que pode nos salvar. Seja na criação dos filhos ou no
exercício da Presidência.
A crise e o
masoquismo nacional
São 10 milhões de desempregados, mais de 100 mil
lojas fechadas, recessão, inflação de mais de 10% e PIB negativo por 3 anos.
Apesar disto o governo segue
indiferente, inútil, incapaz de qualquer medida de gestão. Sem credibilidade,
fica extorquindo mais o brasileiro através dos aumentos setoriais de impostos
como bebidas, sorvetes, como se estes também não gerassem emprego; com o não
reajuste da tabela do Imposto de Renda, mais uma vez. Ao mesmo tempo insiste em
tirar mais do cidadão com o CPMF, como se fosse nossa a obrigação de cobrir o
rombo da corrupção e populismo oportunista, mas não corta o custeio, não reduz
seus 22 mil cargos comissionados, não faz nenhum ajuste na sua máquina
corrompida e aparelhada, no seu Ministério de uma incompetência sideral e
dedica seus dias não a administrar o país, mas a barganhar a permanência no
poder no dia seguinte, como se fosse um drogado.
A presidente, por sua vez, em
completo surto mental sai a dizer asneiras sem sentido em seus discursos que
vão da mandioca a mosquita como se isto fosse respeitoso com nossas vidas,
empresas e empregos. E ausenta-se de representar o Brasil nos encontros
internacionais, certamente para evitar o vexame que acontece toda vez que é
exposta ao público.
As instituições, enquanto isto,
sobrevivem de ações individuais e não de um processo solidificado e estruturado
de funcionamento. O Senado e a Câmara são presididos por dois investigados do
STF em 8 processos como se isto fosse a coisa mais natural do universo e não
merecesse o repúdio feroz da nação, que, entretanto, não entende que a quarta
feira de cinzas já chegou e segue em pleno carnaval.
A oposição, salvo raras exceções, por
sua vez, não passa de uma destas falsas alegorias que costumam enfeitar as
passistas, mal cobrindo sua falta de pudor.
Enquanto isto muitos seguem a defender
o governo como se tudo que está acontecendo fosse um baba ideológico e a
população mais pobre já não estivesse sofrendo, de volta a linha de pobreza e
colocada para escanteio.
Falta um mínimo de grandeza à presidente, para
assumir sua incapacidade; falta um mínimo de pressão a bandidagem que ocupa a
maior parte do congresso para que se faça reformas e acabe o desperdício; falta
uma redução mínima do masoquismo nacional para que, enfim, se farte da
continuada agressão sádica dos políticos atualmente no poder.
Homenagem
aos vivos
Como dizia Tomas Antonio Gonzaga: as
glórias, que vêm tarde, já vêm frias. Acho tolice que alguém só possa ser
homenageado depois de morto. A vida deve ser vivida em sua plenitude - glória e
ocaso - em seu tempo real, como benefício, ou prejuízo, de cada um. Por isto
acho injusto que aqueles que construíram uma biografia com mérito não possam
ser reconhecidos em vida, não possam ver que sua obra teve a aprovação de seus
pares.
A lei atual deveria ser modificada, entretanto
seria preciso respeitar regras para evitar o personalismo desenfreado que
nossos políticos já praticaram, inclusive na Bahia e em Feira de Santana. Acho
que poderia ser assim:
Art 1º - cidadãos, vivos, poderão ser homenageados
com nomes em logradouros públicos desde que já tenham completado a idade mínima
da expectativa média de vida da população brasileira, calculada pelo IBGE, e
atualmente em 74 anos.
Art 2º - Cidadãos que tiveram perda de
mandato, que tenham sido cassados em seus direitos políticos, em regime
democrático, ou tenham condenação judicial por crime comum, não poderão ser
homenageados.
Art 3º - Políticos no exercício do mandato ou
parentes destes, não poderão ser homenageados.
Com a discussão aberta poderiam surgir outras
regras, como, por exemplo, limitação do número de homenagens, afinal,
post-mortem nos bastaria a redenção dos céus.
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