Não
se trata de perseguição ideológica, nem de preconceito, mas sim de lógica. Não
estou sugerindo que se demita alguém apenas por ser socialista, pois isso sim,
seria perseguição ideológica. Estou sugerindo apenas que, em caso de se ter que
escolher quem demitir, que se escolha o socialista.
Em janeiro desse ano, Raiam Santos
escreveu um artigo, chamado “Não Contrate um Comunista”, citando motivos para
não contratar comunistas, com uma argumentação brilhante. Nesse artigo, Raiam
explicou os motivos pelos quais contratar um comunista é um péssimo negócio
para um empresário.
Porém, para a maioria das empresas,
esse não é um momento de contratar, mas sim de demitir. Por isso, acho que é
adequado falar em como escolher quem demitir, e não apenas em como escolher
quem não contratar.
Demitir
alguém é sempre mais doloroso e delicado do que deixar de contratar alguém, por
isso, apesar dos critérios serem praticamente os mesmos, é preciso convencer o
leitor a ser menos empático com seu funcionário socialista, através de uma
linguagem mais incisiva.
Pois então, sem mais delongas, vamos às
5 razões para você demitir seu funcionário vermelhinho.
1 – Justiça
Não é justo demitir quem não tem culpa
pela crise.
Não
há dúvidas de que essa crise foi causada por esse governo que aí está.
Na
data de 3 de março de 2016, a simples notícia de uma delação que, supostamente,
pode derrubar esse governo, já foi suficiente para animar o mercado, causando
uma alta na Bolsa e queda no dólar. Até as ações da Petrobrás, tão
desacreditada, chegaram a subir. Essa reação do mercado deixa claro que é esse
governo, que está afastando os investidores externos e agravando a retração da
nossa economia. E essa crise não é resultado apenas da fuga de investimentos,
mas sim de uma série de erros grotescos na condução da economia e na
administração pública, que geraram o disparo da inflação, a queda na
produtividade, o aumento da carga tributária, o aumento do déficit público, a
perda no grau de investimento, etc. Mas discorrer acerca desses temas de forma
profunda, seria fuga do tema desse texto.
Os militantes que apoiam esse governo
são tão culpados quanto os próprios políticos que o integram. Sim, eles são
culpados. A culpa não é exclusiva dos políticos, mas também de quem os ajudou a
se eleger. Em 2014, eles passaram meses argumentando em favor da continuidade
desse governo, convencendo pessoas inocentes a votarem a favor de sua
reeleição, convencendo pessoas de que a nossa economia estava bem, e de que
caminhávamos para a ampliação das “conquistas sociais”. Enfim, esses militantes
tem sua parcela de culpa pela crise, e por consequência, pela onda de
demissões. Nada mais justo então, do que, nesses cortes, priorizar a demissão
dos culpados (os socialistas) e poupar, ao máximo, os inocentes.
2 –
Incompatibilidade de objetivos
Socialistas demonizam
o lucro. O pensamento econômico marxista é contra o lucro.
A
não ser que a sua empresa seja sem fins lucrativos, e tenha alguma forma
milagrosa de sobreviver sem lucro, seu funcionário socialista é contra o
objetivo da sua empresa. Nessa questão, Raiam Santos foi direto ao ponto:
“Conta
para mim, por que as pessoas abrem empresas? Para atender alguma necessidade da
sociedade e atingir o lucro, certo?! Todo mundo sabe que, num mundo normal,
empresa que não dá lucro vai à falência. Agora diz aí pra mim qual é a maior
aversão de um comunista/socialista/vitimista? O lucro!” Sejamos francos. O
objetivo da sua empresa é ter lucro. Se você vai ter que escolher entre manter
um funcionário que é contra o lucro e manter um funcionário que é a favor do
lucro, qual das opções parece mais sensata?
3 – Ele é contra a
meritocracia
Meritocracia
é um palavrão para os socialistas. Essa palavra fere o conceito deles
de igualdade.
Eles
não acreditam que a lei deve tratar todos de forma igual, mas sim que a lei
deve tratar os desiguais de forma desigual para erradicar as diferenças sócio-econômicas.
Não defendem igualdade de direitos, mas sim igualdade sócio-econômica. Para
socialistas, todos os indivíduos devem ter a mesma renda e exatamente as mesmas
condições de acesso a bens e serviços, independente de seus feitos. Eles
rejeitam a ideia de que, dentro de uma empresa, um funcionário que seja mais
capacitado, ou que resolva mais problemas, que seja mais produtivo, ou que
ocupe uma função mais importante mereça ganhar mais que os outros. Para eles,
essa ideia é uma geradora de injustiças e desigualdades. Se um funcionário seu
pensa dessa forma, é claro que ele não vai se esforçar no trabalho, para se
superar, crescer e ganhar mais. Portanto, ele não tende a ser muito produtivo.
Quando
um colega dele for promovido e passar a ganhar mais, ele se sentirá
injustiçado. Passará os dias descontente e olhando para o colega com inveja.
Isso tende a gerar um clima nada harmonioso no local de trabalho.
4 – Ele quer expropriar
o que é seu
Socialistas acreditam na Teoria da
Exploração Capitalista, de Karl Marx. Essa teoria é baseada nos conceitos de
“mais valia” e “valor intrínseco”, e na tese da “expropriação capitalista dos
meios de produção”.
A
“mais valia”, seria uma parte do trabalho que não é paga ao trabalhador, mas
sim expropriada pelo patrão capitalista, na forma de lucro. De acordo com esse
conceito, se um produto é vendido por um valor mais alto do que o valor pago a
um trabalhador pelas horas que ele levou para produzir, essa diferença é um
valor que o patrão está roubando de seu empregado. O conceito marxista de
“valor intrínseco” é ainda mais bizarro. De acordo com essa teoria, o valor de
um produto é igual à soma do valor das horas trabalhadas em sua produção e do
custo da matéria prima utilizada. Esse conceito desconsidera que o valor de um
produto é decorrente de sua utilidade e é subjetivo. Ele confunde custo de
produção de um produto, com seu valor de troca (preço) e seu valor de uso. Suponhamos
que você gaste R$ 5,000,00 para produzir uma chilofômpila. Suponhamos que
ninguém tenha utilidade para ela, e que você tente vender pelo mesmo valor que
gastou. Ela simplesmente não será vendida, pois seu preço estará acima do valor
que as pessoas atribuem a ela. Da mesma forma, o preço de um produto pode ser
muito superior ao seu custo de produção, se ele for de grande utilidade. A tese
da “expropriação capitalista dos meios de produção” é a que eles usam para
justificar a expropriação dos meios de produção dos empresários pelos
empregados. Segundo essa tese, se todo valor decorre do trabalho, então o
capital (máquina, fábricas, imóveis, etc) também decorre do trabalho. Se a
“mais valia” é um valor que está sendo roubado do trabalhador, então o capital
deve ser expropriado do patrão pelo empregado, para que, assim, não seja mais
extraída a mais valia.
Portanto,
baseados nessa teoria furada, eles acham justo que você tenha os imóveis,
máquinas e equipamentos da sua empresa expropriados e entregues aos
empregados. Alguns deles podem apenas exigir que o estado te exproprie através
de uma estatização forçada das empresas privadas. Alguns podem fazer isso te
processando por motivos injustos, exigindo indenizações desproporcionais.
Outros podem, imbuídos de um sentimento de justiça, simplesmente se apropriar
indevidamente de bens móveis e valores da sua empresa. A teoria marxista
relativiza o roubo e o furto. Para o socialista, o ladrão é você, patrão.
5 – Ele é seu
inimigo
Para finalizar, amigo empresário, se
você não sabe ainda, aquele seu funcionário socialista é seu inimigo.
Sim,
seu inimigo. Por mais que você seja amigo dele, ele é seu inimigo. Te considera
inimigo. Isso faz parte da ideologia/crença dele. “Seu inimigo é seu patrão”,
“contra burguês, vote 16”, e diversos outros bordões de sindicalistas
socialistas são a prova disso. É a luta de classes, empregado versus patrão. Não
é raro empregados ingressarem com ações trabalhistas injustas, exigindo de seu
patrão algo que não lhes é devido. E como nossa Justiça do Trabalho é
paternalista, não é raro que essas ações sejam ganhas pelos empregados,
causando prejuízos indevidos aos seus empregadores. Socialistas tem maior
tendência a agir dessa forma, pois, na cabeça deles, você é um inimigo que os
está roubando. Não é raro, também, que funcionários com esse perfil ideológico
tentem fazer a cabeça dos colegas para que boicotem o patrão, através de
redução intencional da produtividade, incitação de greves, etc. Se o cara é seu
inimigo, você vai confiar o desempenho do seu negócio, do qual depende o seu
sustento, nas mãos dele? Eu não confiaria. Enfim, essas são 5 boas razões para
optar por demitir seus funcionários socialistas, antes de demitir os demais. Mas
é claro, torço para que sua empresa esteja indo bem e não precise fazer
demissões. Ao contrário dos socialistas, sou sensível à desgraça alheia.
*Por Ricardo Santi, publicado pelo Olhar Atual
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