
TORNOU-SE clássica a afirmação de Nietzsche: Deus morreu! Os profetas da morte de Deus não são de hoje.
Ganharam intensidade maior com o Iluminismo. A espiritualidade, diziam os
iluministas, era privilégio dos ignorantes e devia ser jogada na lata de lixo
da história. Quantas divisões tem o Papa, interrogou o iracundo Joseph Stalin,
na partilha do mundo no após guerra?
HOJE o pensamento religioso está em toda
parte, embora de forma ambígua. Há religiões de todo o tipo, tamanho e para
todos os gostos. São centenas, milhares de religiões chamadas independentes.
Sem passado, sem história, sem mística, sem coerência religiosa, sem futuro.
QUAL É mesmo o pressuposto para fundar uma
religião? No conflito com o Papa Pio
VII, o imperador Napoleão recebeu uma tentadora proposta. Um certo Lepeaux
ofereceu-lhe um projeto para uma nova religião. Com isso, o Imperador estaria
livre de Roma e de suas leis, poderia ficar com os bens das dioceses, divorciar-se
e casar quantas vezes quisesse.
MESMO percebendo as vantagens, Napoleão
manteve o bom senso e indicou a Lepeaux as condições: você será preso, flagelado, coroados de espinhos,
crucificado e morrerá na cruz.. Ai você
ressuscita no Terceiro Dia. Depois disso,
fundaremos a nova religião.
A RESSURREIÇÃO de Jesus é um fato único e
jamais se repetirá. A morte não devolve suas vítimas, mas o Amor do Pai é maior
do que a morte. Paulo apóstolo lembra que nossa Fé sustenta-se sobre um pilar
único: a Ressurreição de Jesus.
É ISTO que nos festejamos na Semana que
chamamos de Santa. Como as mulheres do Evangelho, voltamos ao túmulo e lá
ficaremos sabendo desta incrível, mas verdadeira notícia: Ele voltou da morte.
E com isso abriu - para nós - a porta da Ressurreição. Feliz Páscoa!
Itamar Vian
Arcebispo
Emérito
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