Só no Brasil, há quase 20 mil pessoas na
fila do transplante de rim. Além de haver muita gente
esperando, encontrar um doador compatível é como procurar uma agulha no
palheiro: entre pessoas que não são da mesma família, as chances de
compatibilidade são de 1 em 100 mil. Mas há uma solução possível para
isso. É a "dessensibilização" - uma técnica que altera a
resposta imunológica do receptor, diminuindo as chances de rejeição. Ela
funciona - e isso acaba de ser comprovado por um novo estudo, que acaba de
ser publicado e acompanhou mil transplantados ao longo de oito anos.
A técnica funciona assim: 15 dias antes
do transplante, o sangue do paciente é "filtrado" por uma máquina que
remove seus anticorpos. Com o tempo, o corpo do paciente produz novos
anticorpos, mas aqui está o truque: esses novos agentes são menos
propensos a atacar o rim transplantado, embora os cientistas ainda não
entendam muito bem o por quê.
A dessensibilização chega a ser mais
segura do que receber rins compatíveis. Os pacientes que passaram pela tal "filtragem" têm
duas vezes mais chances de sobreviver ao transplante do que recebendo um rim de
um doador compatível. Além disso, a sobrevida é maior: cerca de 76% dos
pacientes que passaram pelo processo antes de um transplante estão vivos 8 anos
depois, enquanto que entre os que receberam um rim compatível, 63%
sobreviveram no mesmo tempo. (Super Interessante)
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