
Enquanto o Congresso se debruça sobre medidas do dito ajuste fiscal, 
que vai tirar muitos benefícios dos que menos podem neste país, que são 
os trabalhadores, a saúde e a segurança pública seguem caóticas, 
situação que se agrava a cada dia. Ontem, por exemplo, reportagem na TV 
mostrava o inferno reinante em um dos maiores hospitais de Recife, onde 
as pessoas aguardam atendimento em macas instaladas até mesmo na 
recepção. No bojo da matéria, uma mulher denunciava que há UM ANO espera
 a marcação de exames para tratar de fratura na mão.
Não é novidade, aliás, consultas serem marcadas para até seis, oito 
meses, inclusive em casos de tratamento de sequelas de AVC, como ocorreu
 aqui  na Bahia com pessoa conhecida minha. Nos hospitais públicos falta
 tudo, inclusive, na maioria dos casos, atenção dos médicos e 
atendentes. Não sei se levados pelo estresse ou simplesmente por má 
formação ética (ou os dois fatores combinados), não são poucos os que 
tratam mal ou simplesmente ignoram o doente. Na verdade, a situação nos 
hospitais públicos tem chegado a tal ponto que o maior trabalho é os dos
 seguranças ou mesmo policiais, pois a revolta dos que não conseguem ser
 atendidos ou são jogados em corredores não raro acaba levando a 
conflitos, ou, no mínimo, a agressões verbais.
Na área da segurança pública, desnecessário dizer que vivemos também o
 caos. Os números são alarmantes. Em dez anos, cerca de 500 mil pessoas 
foram assassinadas no Brasil. E não se vê solução próxima, se é que 
haverá alguma. No início deste ano, secretários de Segurança Pública, 
Ministério da Justiça e outras instituições ligadas à área se reuniram 
em Brasília, anunciando um pacto pela segurança e ações conjuntas das 
polícias. A ação esgotou-se ali mesmo, naquela única e natimorta 
reunião.
Governos ainda querem fazer crer que comprar viaturas novas para as 
polícias é uma medida que reforça a segurança. Ou tomar armas de 
cidadãos honestos (como fizeram FHC, Lula e Dilma), enquanto a 
bandidagem está cada vez mais armada. Bobagem. No interior, 
principalmente nas regiões Norte e Nordeste, quem manda são os 
criminosos, pois não faltam só viaturas. Não há pessoal suficiente, não 
existem verbas decentes para as delegacias, nada.
E quando se prende alguém, o que se vê é a bandalheira do sistema 
prisional brasileiro. Recentemente, denúncia vinda do Piauí mostrou 
cadeias com cinco vezes mais presos do que a capacidade do local, 
verdadeiros pardieiros, onde, amontoados, os presos comem em latas e 
tomam banho com uma mangueira jogada dentro da cela. A situação chegou a
 tal ponto que os presidiários decretaram: se colocarem mais alguém, 
eles vão matar.
Esta é a grande vergonha nacional: hospitais que parecem câmaras de tortura e presídios medievais.
Mas Brasília só se movimenta para oprimir ainda mais o trabalhador, 
que, enquanto os políticos ganham salários nababescos, segue recebendo 
merrecas, com um salário mínimo aviltante, e obrigados a se espremer em 
metrô ou ônibus, nas madrugadas, sendo que nos ônibus podem ser 
assaltados a qualquer momento, já que, somente em Salvador, ocorrem seis
 assaltos a ônibus POR DIA.
Não se fala mais em mudanças no Código Penal, para que a punição aos 
criminosos seja algo a ser levado a sério. Não se vê qualquer ação 
emergêncial (é mais do que emergencial, senhores!) para reduzir o caos 
no atendimento médico público. A demagógica vinda dos médicos cubanos 
deu em nada, salvo em imensos lucros na negociata semiescravagista feita
 com o governo de Cuba.
Somos 200 milhões de pessoas. Sabe-se que uma população dessa 
dificilmente permite que haja um mínimo de vida civilizada para todos. 
No entanto, se políticos e pastores deixassem de lado a política de 
quanto mais gente melhor, para que tenham votos e fiéis fáceis, poderia 
ser implantado um planejamento familiar. Parariam de INCENTIVAR a 
natalidade num país onde a maioria vive em pardieiros a que chamam de 
casas, transitando por caminhos de barro aos quais denominam ruas.
Mas isso não acontecerá tão cedo. Quem sobreviver, verá.
 
 
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