segunda-feira, 25 de maio de 2015

Mortos e alunos de alta renda tiveram bolsas do Prouni, aponta auditoria

Uma auditoria da Controladoria Geral da União (CGU) aponta que ao menos 47 alunos do Programa Universidade para Todos (Prouni), gerenciado pelo Ministério da Educação (MEC), tiveram bolsas de estudo pagas pelo governo federal após sua morte.

A auditoria, cujo relatório foi publicado em março de 2015, considerou dados do período entre 2006 e 2012. Ela avaliou os dados de mais de 1 milhão de bolsistas do Prouni.  O G1 procurou o MEC e aguarda posicionamento da pasta.
Entre 2006 e o primeiro semestre de 2012, os auditores encontraram 3.800 estudantes beneficiados apesar de não se enquadrarem nos critérios de renda do Prouni e outros 12.052 que receberam a bolsa de estudos sem ter estudado em escola pública ou como bolsista em escola particular.
O Prouni é um programa federal que concede bolsas de estudos integrais ou parciais em instituições particulares para estudantes de baixa renda oriundos de escola pública ou bolsistas de escola particular. Na primeira edição de 2015, o programa ofertou 213.113 bolsas — 135.616 integrais e 77.497 parciais. Mais de mil instituições de ensino superior participam do programa.

Fragilidades na fiscalização
O relatório da CGU aponta fragilidades na fiscalização dos critérios de seleção do Prouni. Para verificar se havia bolsas pagas para estudantes mortos, a auditoria cruzou os dados dos beneficiários com o Sistema Informatizado de Controle de Óbitos (Sisobi). A falha no pagamento de 47 bolsas para alunos mortos foi constatada na análise de matriculados em 2011. Eles apareciam como regularmente matriculados, mas já estavam mortos. Um deles faleceu antes mesmo de se tornar bolsista.
Ao verificar se os estudantes com bolsa tinham cursado o ensino médio em escola pública ou como bolsistas de escola particular, conforme preveem as regras do programa, a CGU aponta que 12.052 candidatos receberam bolsa apesar de terem afirmado no formulário que não preenchiam essas condições. No início de 2012, 33 dos 179,6 mil bolsistas que ingressaram no Prouni cursaram algum ano do ensino médio em escola particular sem bolsa, o que impediria a disputa de bolsa paga pelo governo. (Lei matéria completa no G1


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