terça-feira, 12 de maio de 2015

QUALIDADE

É normal que temporais violentos derrubem pontes e abram crateras nas ruas. Mas falo de temporais violentos, e não de chuvaradas ocasionais, como ocorre na maior parte do Brasil. Em Salvador, por exemplo, as chuvas que tanto assustam na verdade seriam quase garoas diante daquilo que suportam obras urbanas em Tóquio, Chicago etc. Portanto, não se justifica o “derretimento” do asfalto, até mesmo na pista do aeroporto. A questão é a (má) qualidade das obras. Só isso.

"Aconselhar economia ao pobre é grotesco e insultante. É como aconselhar que coma menos quem está morrendo de fome." (Oscar Wilde)

Explorando vítimas da crise
Vejo nesta Tribuna reportagem sobre estratégias que vêm sendo usadas por alguns restaurantes de Salvador a fim de preservar ao máximo seus clientes, pois tem havido uma fuga de frequentadores diante do sucessivo aumento de preços, por sua vez resultado da inflação, incluindo aí tarifas de água e luz.
No entanto, alguns estabelecimentos parecem não estar nem aí para a crise que vive o bolso dos brasileiros e insistem em praticar preços altíssimos. Na Ribeira, por exemplo, tradicionais restaurantes da beira mar têm preços assustadores no cardápio, não raro chegando a três dígitos. Uma moqueca de camarão, por exemplo, pode facilmente chegar aos 120 reais, enquanto pratos mais simples com peixe a mariscos flutuam entre R$ 60 e R$ 90.
Em diversos locais, uma cerveja comum, em garrafa de 600 ml, já está sendo vendida até por R$ 7,50. Aliás, há bares e restaurantes que nem colocam mais o preço da cerveja no cardápio, tal a frequência com  que variam (para mais, claro).

Ainda sobre os preços (I)
Há uma crise, é verdade. Mas se os donos de bares e restaurantes não forem comedidos e deixarem a ganância de lado (há sempre os que se aproveitam dos maus momentos para tirar proveito), vão mesmo fechar suas portas.

Ainda sobre os preços (II)
Um exemplo de que a ausência de clientes pode ser fatal para restaurantes, notadamente aqueles de médio e pequeno portes, está no fato de boa parte desses estabelecimentos que funcionava aos domingos não mais abrir neste dia.
Isso pode ser verificado no Centro da cidade, principalmente. E a justificativa dos donos é sempre a mesma: não vale mais a pena. Pois é...

Fracasso anunciado (I)
Quando o ex-governador do Rio Sérgio Cabral fez aquela festa demagógica para instalar as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) nos morros ocupados pelo crime organizado, eu disse nesta coluna que não ia resolver.
Evidente que não sou vidente. Apenas deduzi que não seria apenas com força policial que se acabaria, assim, num piscar de olhos, com a violência. E deu no que deu.

Fracasso anunciado (II)
Hoje, comunidades ditas pacificadas vivem o mesmo terror de sempre. Balas perdidas matando crianças, jovens, adultos e idosos moradores trancados em suas casas e escondendo-se atrás de móveis ou paredes para evitar a morte, enfrentando tiroteios infernais praticamente todos os dias.
E é esta a cidade que vai sediar a Olimpíada, ano que vem. 

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