“
Quando você se
despediu do NoiteDia por força de problemas nas vistas, confesso-lhe que me
faltou uma palavra de solidariedade para com você naquele momento. Desculpe.
Não sei lidar muito bem com tais dissabores. Mas, felizmente sua maneira de
encarar a vida não lhe deixa perder o ânimo. E isso faz toda diferença! Como
prova o límpido, pedagógico e eclético texto de “Soltando as Amarras”.
Verdadeira lição de vida. Ou melhor, verdadeiras lições de vida. Valeu!... Abraço. Osvaldo
Ventura”. Grato pelos seus comentários, Osvaldo. É isso que desejo. Ouvir opiniões,
críticas, comentários, enfim, abrir a reflexão, mas não o debate. Não vou
discutir nem debater com ninguém, mas quero ouvir opiniões e, tenha certeza,
respeitarei todas. Como disse Voltaire: “Posso não concordar com a sua opinião,
mas defenderei com a minha própria vida o seu direito de expressá-la”.
Como lidar com as coisas
Osvaldo Ventura confessa que não lida bem com
alguns dissabores da vida. Quisera eu, caro Osvaldo, ter uma fórmula eficaz
para compartilhar com você e com todos sobre como lidar bem com as coisas. Mas,
veja. Apesar do meu destemor, apesar do meu entendimento sobre as razões pelas
quais as coisas nos acontecem, há muitas coisas com as quais eu não lido bem.
Sei que tudo que nos acontece são provas colocadas no nosso caminho para o
nosso aprendizado e consequente evolução espiritual. Por isso, em vez de me lamentar,
procuro entender porque aquilo me aconteceu, e como devo resolver o problema,
com calma e raciocínio. Algumas coisas podem ser resolvidas, outras não. Estas.
Carregaremos conosco pelo resto da vida. A morte, por exemplo, encaro com
tranquilidade, pois sei que é apenas uma passagem e não o fim. Se alguém adoece
e posso fazer algo para auxiliar na cura, farei, mas, quando morre, nada posso
fazer, e aí me bate aquela sensação de impotência e resignação. Fico triste,
sinto saudade, mas o tempo que tudo cura, irá curar essa dor também. Mas, se há
algo que não lido bem, por exemplo, é com a morte de jovens ou recém-nascidos.
Eu sei que são necessárias, e porque são necessárias, mas a tristeza que me
bate nestas horas é maior que qualquer outra dor. E assim, vou tocando em
frente, até porque, o que não pode ser resolvido, resolvido está.
Dias de caos
Para combater a ditadura militar uma ideia,
equivocada, era desqualificar qualquer ação do governo militar, mesmo que ela
fosse boa para o país. Na época, meu espírito libertário e a minha ignorância
política não me permitiam perceber que, assim como tantos outros jovens como
eu, éramos usados como bucha de canhão para que elementos inescrupulosos
alcançassem seus objetivos políticos escusos. Porém, a tempo percebi isso e,
tão logo reconquistamos a liberdade, a democracia, o meu voto não era mais
direcionado a um partido político, mas a pessoas. Eu escolhia aqueles que eu
acreditava mais aptos e honestos, e que estavam mais próximos de mim, morando
na mesma cidade, para que, oportunamente, pudesse lhes cobrar ações ou tirar
satisfações. Queria pessoas que realmente me representassem. Mas o rumo que o
país tomou, com os eleitos cuidando sempre mais da carreira política e da vida
pessoal, do que exercendo as funções para as quais foram eleitos, e os
derrotados cuidando de desqualificar o pouco que os eleitos faziam objetivando
angariar apoio popular para as próximas eleições, nos levou ao atual estado em
que nos encontramos. Caos total. Roubalheira desenfreada, população doente,
ignorante, apática, violência sem limites, desrespeito total das pessoas por si
mesmas, pelos seus semelhantes e pelas instituições, autoridades e lideranças
desacreditadas. Um país ingovernável. Caos total. E imaginem que eu, besta,
como tantos outros, votei em Lula na primeira vez, acreditando que, por ser ele
um nordestino pobre que viveu no Sul, entenderia melhor as diferenças e os
problemas do povo brasileiro, coisa que aquela gente que vive nos gabinetes
refrigerados não têm a menor ideia do que seja. Pobre de mim. Enganado, traído,
roubado e sem qualquer esperança de que algo melhore nem mesmo a longo prazo.
Água
Sem dúvida, a mãe da vida e da morte, a
maior força da natureza. Nos altos sertões, a falta de chuva semeia a morte,
nas cidades, a falta dela nas torneiras causa transtornos e doenças, nas
cidades litorâneas e ribeirinhas, causa inundações e desabamentos de prédios,
semeando medo, sofrimento, dor e morte. Isso acontece até mesmo nos países do
primeiro mundo, imagine nesse nosso Brasil desgovernado e descendo a ladeira
sem freio?
Patéticos
Um patético vereador feirense, membro
de uma das patéticas comissões da Câmara Municipal, foi visitar as obras do
Mercado de Arte Popular, que estão atrasadas por falta de repasse das verbas
por parte do patético desgoverno federal. Constatou o referido pat, digo,
gênio, conforme declarou no programa Acorda Cidade, que apesar do responsável
pela obra haver afirmado que 80% do trabalho já havia sido feito, ele constatou
que apenas 70% da obra estava concluído. Já o boletim informativo distribuído por
sua assessoria diz: “O que pudemos observar é que muito pouco foi
feito. Parte do telhado foi trocado e só. Apenas seis colaboradores trabalham
no local. Segundo o proprietário da construtora responsável, Aldo Marinho, 70%
da obra foi feita. A prefeitura diz que foi 80%. Aos meus olhos, de leigo, não
foi feito nem 30%. Enquanto isso, os comerciantes são prejudicados sem ter
ideia de quando a reforma será concluída”. O engenheiro de obra pronta só não disse que
parâmetros utilizou para chegar a tal constatação. Patético.
Cinismo
O cinismo que assola os políticos
brasileiros atingiu um grande pico na semana passada através de uma doleira
presa que “tirou onda” com a cara dos seus inquisidores na CPI da Operação
Lavajato, ao ser questionada sobre qual a sua relação com o também doleiro
Alberto Yussef, cantou para eles a música Amada Amante. Ela foi além, afirmando
que o Brasil para sem corrupção. “Parou a corrupção (na Petrobrás), parou o
Brasil”. Disse ela.
Hipocrisia
Por sua vez, o cínico e hipócrita
ex-secretário de saúde e atual deputado Federal (o povo gosta de merda mesmo)
Jorge Solla, afirmou que entrará com uma representação contra a Prefeitura de
Feira de Santana, para que abrigue o SAMU Regional. Ele só não explicou como irá
forçar os governos federal e Estadual a preparar o sistema público de saúde
para receber a demanda regional. Que se saiba, o Município tem apenas o
Hospital da Mulher e o Hospital da Criança, o Estado mantém o Clériston Andrade
e o Hospital Estadual da Criança, e o governo federal não tem nenhuma unidade
de saúde no município. A rede pública existente não está dando conta da atual
demanda, como poderá então dar conta da demanda Regional. Com a resposta o
hipócrita Jorge Solla.
Não aceitamos
promessas
Não adianta prometer que os governos
federal e estadual irão apoiar. Ambos estão falidos. Cerca de dez obras estão
paralisadas em Feira de Santana, a Universidade está em estado de greve por
falta de pagamento e reajustes dos servidores, o Centro de Universitário de
Cultura e Arte está sem telefone e sem internet, professores de programas como
o “Mais Educação” estão debandando por falta de pagamento. Enfim, está tudo
indo por água abaixo enquanto Zé Neto tenta distrair a atenção dos eleitores
para factoides e tapar o sol com uma peneira. Então, por favor, não façam
promessas que sabem que não irão cumprir.
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Por
hoje é só que agora eu vou ali beber uma garapa sem açucar
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