A ação de golpistas exige atenção redobrada
de quem vai usar a internet para tentar receber os benefícios que o
Estado está colocando à disposição das pessoas direta ou indiretamente
afetadas pelo novo coronavírus (Covid-19). Denúncias de sites e
aplicativos fraudulentos não param de crescer.
Segundo autoridades no assunto, os golpes
cibernéticos tendem a aumentar conforme mais gente recorrer à rede
mundial de computadores para resolver questões que antes da pandemia da
doença seriam resolvidas presencialmente.
A Caixa Econômica Federal recorreu às redes sociais para alertar sobre
os cuidados que quem não está inscrito no Cadastro Único do governo
federal deve tomar ao baixar, por celular, o aplicativo para se
inscrever para receber os R$ 600 de ajuda financeira que serão pagos a
trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEIs),
autônomos e desempregados que têm direito a receber o benefício.
Tão logo o Congresso Nacional aprovou o pagamento de três parcelas de R$ 600 a título de auxílio emergencial, links
para sites e aplicativos fraudulentos começaram a ser compartilhados
pelas redes sociais. Alguns destes endereços fazem alusão ao aplicativo
da Caixa e ao chamado “Coronavoucher”.
Crimes cibernéticos
Os criminosos cibernéticos vêm se valendo da
comoção pública causada pela pandemia do coronavírus há mais tempo. Já
no dia 22 de março, ou seja, oito dias antes da aprovação da ajuda
financeira federal, o Ministério da Cidadania denunciava que mensagens
prometendo um “auxílio cidadão” de R$ 200 que nunca existiu estavam
sendo compartilhadas pelo Whatsapp.
Até o dia 25 de março, o laboratório da startup
de segurança digital Psafe, o Dfndr, já tinha identificado a 25
diferentes tipos de golpes e a seis aplicativos maliciosos. Em comum,
eles oferecem falsos benefícios para pessoas direta ou indiretamente
afetadas pela doença.
Ofertas fraudulentas que prometem não só
dinheiro, mas também kits de máscaras, álcool em gel, além de
assinaturas grátis em serviços de compartilhamento de conteúdo online
(streaming). Em 25 de março, os acessos aos links fraudulentos
compartilhados pelas redes sociais já tinham ultrapassado os 2 milhões
em apenas sete dias e seguiam aumentando.
De acordo com o laboratório, é comum
cibercriminosos se aproveitarem de eventos de grande repercussão e até
mesmo de feriados ou festividades para disseminar golpes cibernéticos. O
objetivo é roubar dados pessoais e financeiros das vítimas. “Dessa vez,
utilizando a pandemia do coronavírus como isca, dezenas de ataques
estão sendo criados com o objetivo de enganar a população”, alerta o
labratório, em nota.
O Núcleo de Informação e Coordenação do
Ponto Br (Nic.br), do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br),
também alertou para o crescimento de ameaças à segurança na rede mundial
de computadores.
De acordo com o núcleo, as ameaças à
segurança dos internautas costumam ser apresentadas na forma de
“sedutoras oferts de aplicativos, informações e serviços que, na
verdade, mascaram programas maliciosos, fraudes, furtos de informação e
outros tipos de vírus”. Em sua página, o Nic.br apresenta uma série de medidas de proteção para os internautas.
A Polícia Federal (PF), bem como as polícias civis de vários estados, como o Paraná , Minas Gerais e Ceará,
também já alertaram a população para o aumento significativo das ameças
cibernéticas em um momento em que, para evitar a propagação do novo
coronavírus, mais pessoas estão acessando a internet, por mais tempo, de
suas casas ou celulares.
A PF recomenda que, para evitar cair em
golpes, os internautas que estão à procura de informações sobre as ações
e benefícios oferecidos pelos órgãos públicos devem sempre se
certificar de estar acessando as páginas oficiais dos governos. Sites de
órgãos públicos costumam ser identificados pelo domínio .gov em seus
endereços. Por exemplo: o endereço do site oficial do Ministério da
Cidadania é o http://desenvolvimentosocial.gov.br.
Mas também é preciso estar atento aos
domínios que tentam imitar os originais, o que pode ser feito com a mera
subtração ou substituição de um caractere por outro, como por exemplo
https://agenciabraZil.ebc.com em vez do original
https://agenciabrasil.ebc.com.br.
A PF recomenda que os internautas não
cliquem em links enviados por e-mail, SMS ou aplicativos de mensagens em
nome de instituições bancárias e nem forneçam dados pessoais, números
de cartões de crédito ou senhas por telefone ou em formulários enviados
por fontes suspeitas.
As pessoas também devem ficar atentas aos
boletos bancários, já que estes podem ser facilmente adulterados. É
preciso sempre conferir o nome da empresa credora e o valor cobrado. E
entrar em contato com o emissor do boleto, por meio dos canais oficiais,
em caso de dúvidas. (Agência Brasil)
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