O cantor e compositor Moraes Moreira foi
encontrado morto na manhã de hoje (13) em casa, na Gávea, no Rio de
Janeiro. De acordo com a assessoria de imprensa do músico, ele teve um
infarto agudo do miocárdio e morreu às 6h. Tinha 72 anos
A assessoria informou ainda que seguindo as
recomendações de isolamento social para combate à pandemia do novo
coronavírus (covid-19), a família não irá divulgar nem a data nem a hora
do velório para evitar aglomeração. Eles pedem a quem quiser homenagear
Moreira que siga escutando a obra dele.
Em Ituaçu (BA), o irmão Eduardo
Moraes recebeu a notícia. Segundo ele, foi a governanta que encontrou o
corpo de Moraes. "Ele morreu em casa, onde morava, no Rio de Janeiro. A
governanta foi limpar o apartamento e encontrou ele morto”, disse.
Segundo o irmão, ele estava “sossegado, de quarentena e preocupado com a pandemia” do novo coronavírus (covid-19).
Nascido em Ituaçu, Antônio Carlos Moraes
Pires, conhecido como Moraes Moreira, é ex-integrante do grupo Novos
Baianos, composto por Baby do Brasil, Pepeu Gomes, Paulinho Boca de
Cantor, Dadi e Luiz Galvão, entre outros. Seguia carreira solo desde
1975.
Confira aqui entrevista de Morais Moreira, ao programa Rádio Batuta, da Rádio Nacional, em setembro de 2018.
Foi Paulinho Boca de Cantor que entrou em
contato com a família de Pepeu Gomes na manhã de hoje. A esposa dele,
Simone Sobrinho, foi quem atendeu o telefone. “Recebi essa notícia da
esposa dele, porque ele estava passando mal. Eu fiquei toda trêmula”.
Pepeu ainda dormia.
Em um áudio, Paulinho Boca resumiu não
apenas a dor que sente pela partida de Moreira, mas a alegria que foi
compartilhar anos a seu lado.
“A gente se falava todos os dias. As nossas
ligações, geralmente, ou eram para falar de trabalho ou eram para dar
muita risada de tudo, risada da vida, risada da nossa história”, diz
Paulo Roberto Figueiredo de Oliveira, mais conhecido por Paulinho Boca
de Cantor.
Em um momento em que, segundo Paulinho, a
humanidade percebe que não pode ter controle sobre nada, “é importante
que a gente fale desse amor, dessa coisa que começou há 50 anos atrás
quando encontrei ele”, diz. O encontro resultou no grupo Novos Baianos.
“Fomos fazendo aquela outra família, que não existia ainda, que não
tinha laços sanguíneos, mas que tinha uma afinidade tremenda. E a
afinidade veio exatamente dessa alegria, dessa coisa que permanece até
hoje”.
O músico também exaltou o amigo, que
conseguia fazer um show de voz e violão como ninguém e que botava “todo
mundo para dançar”.
“Nós somos Novos Baianos, mas eu gostaria
até de brincar e dizer, somos usados. Usados baianos. Porque a gente
vive intensamente. O Moraes viveu intensamente: a música, a festa, a
alegria, o carnaval.
A morte repercutiu nas redes sociais, com
dezenas de mensagens do Brasil e do exterior em homenagem a Moraes
Moreira, de artistas, políticos e fãs.
Moreira ainda produzia até dias atrás. Em
uma das últimas postagens que fez nas redes sociais, ele falava sobre o
período de isolamento social. "Oi, pessoal, estou aqui na Gávea, entre
minha casa e o escritório que ficam próximos. Cumprindo minha
quarentena, tocando e escrevendo sem parar". (Agência Brasil)
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