domingo, 8 de maio de 2016

171

Momento tragicômico: o agora ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha – que, aliás, desde que serviu ao governo Collor, mais de 20 anos atrás, já era acusado e investigado por falcatruas – mudou, há cerca de oito anos e à revelia da prefeitura, a placa com o número da sua casa no Rio de Janeiro, que passou a ser 173. Antes, a numeração era muitíssimo mais adequada ao perfil desse sujeito, e por isso ele mudou. O número original, oficial, era...171! Hehehe...

Um político divide os seres humanos em duas classes: instrumentos e inimigos. (Nietzsche)

Cunha continua a receber salário nababesco e tem direito a jatinho da FAB. Brasil só pune pobres.
O afastado ex-presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, está recebendo um “castigo” típico de um país onde a punição verdadeira só atinge aos não poderosos, salvo alguns estertores da Lava Jato. Vejam bem: Cunha, acusado de mil e uma roubalheiras com o dinheiro público, continuará, graças ao mesmo dinheiro público, com direito a usar jatinhos da FAB, morar na mansão oficial em Brasília e segue recebendo salário de R$ 33,7 mil mensais, somados a cerca de R$ 100 mil de verba de gabinete. E com direito a segurança. Tudo pago, claro, por nós.
E ninguém duvide que, caso seja definitivamente cassado, ele conseguirá um alto cargo em alguma empresa privada que privilegiou ao longo de anos de parlamento.
Muito diferente do preto pobre que rouba um celular, vai parar numa delegacia, quando não é morto sumariamente pela Polícia ou linchado pela turba enfurecida, e fica mofando meses, anos, SEM JULGAMENTO.
Sei que o que digo parece lugar comum, mas a verdade é que essa  realidade nos persegue, e sem qualquer esperança de mudança. E para dizer que falei só dos políticos, lembro que juízes, por exemplo, quando afastados por improbidade, recebem a chamada aposentadoria compulsória, por mais novos que sejam, e segue pelo resto da vida recebendo salários e vantagens nababescas. Olha, eu também gostaria de sofrer uma “punição” dessa, viu?

E por falar em “punições”...
Sinto até vontade de rir quando ouço notícias sobre as multas que órgãos oficiais estariam lançando sobre a Samarco (leia-se: Vale) em função da catástrofe ecológica que a evidente irresponsabilidade da empresa provocou em Minas e no Espírito Santo. Fala-se em centenas de milhões de reais.
Besteira! Não tenho notícia de empresa, ou mesmo administrador público afastado, que tenha pago multas. Por exemplo, vira e mexe a gente ouve falar de multas milionárias a empresas de telefonia. Não pagam zorra nenhuma! Ou seja, é tudo para engabelar a opinião pública.
E por falar em enganar...
É praxe: toda vez que acontece um acidente grave, principalmente com aeronaves, anunciam-se conclusões de perícia para “os próximos 30 dias” e tais conclusões raríssimamente ocorrem.
Por exemplo, até hoje não se sabe exatamente o que derrubou o avião com o então candidato à Presidência Eduardo Campos e comitiva, em Santos, bem como não vi ainda qualquer conclusão sobre as causas de outro desastre com jatinho, em  Minas, que matou a cúpula do Bradesco. Hum!

Uma aviação sob alto risco (I)
A aviação brasileira, que sempre teve boa pontuação internacional, segue em pouso forçado. Depois de a associação internacional de pilotos classificar nosso espaço aéreo no mesmo mo risco daquele de países em guerra, eis que a as autoridades do setor decidiram, criminosamente, desativar meia dúzia de radares meteorológicos, inclusive na área de estados como Minas, Bahia e São Paulo, porque teria “manutenção muito cara”.

Uma aviação sob alto risco (II)
Para quem não sabe, o radar meteorológico é fundamental para a segurança plena do voo, pois indica como está o tempo à frente do percurso da aeronave, que assim pode ser desviada de altas conturbações.
No entanto, repito, eles custam “muito caro”, ou seja, algo em torno de R$ 200 mil mensais. Eu sovinice! Sobram bilhões para estádios, Olimpíada etc., e não há milhares para garantir a segurança de quem voa?

Estação da Lapa ou de sítio?
As primeiras chuvas da temporada mostraram que a obra da Estação da Lapa, agora privatizada, deixou a desejar. No mais autêntico estilo ciclovia Tim Maia (Rio), parece que não previram as águas e houve goteiras, quase cascatas, em diversos pontos.
Pior é que, quando vereadores da oposição foram visitar o local, se viram coagidos por uma segurança quase nazista. Vai ser assim, é?

Homenagem às mães
Lembrando minha saudosa mãe, reproduzo aqui duas frases que podem resumir bem o que é ser mãe responsável. Uma delas, cujo autor me foge à memória, diz: “As mães não dormem. Elas se preocupam de olhos fechados.”
A outra é de autoria de Paulo Henrique Machado,  morador do Hospital das Clínicas de SP desde um ano de vida, quando contraiu poliomielite. Em um blog, ele escreveu artigo sob o título “As Mães nunca Morrem.”

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