sábado, 14 de maio de 2016

Governador, o Clériston não aguenta esperar

   
Muito boa a entrega de novas viaturas para Feira, região em que a violência está explodindo, e as novas moradias. Parabéns, governador. 

Vi, também, que o senhor disse que já pediu autorização para, com dinheiro de um financiamento do Banco Mundial, fazer um novo hospital. Bem, eu nem vou considerar que a mudança de presidente dificulte as coisas, mas a verdade é que se tudo correr a jato, leva uns três anos para resolver. 
O senhor acha que o HGCA agüenta três anos sem nenhum investimento? Uma mão de tinta, uma arrumação da emergência, uma ordenação dos leitos, uma ampliação e melhoria das condições de trabalho? 
O senhor faz manutenção dos hospitais da rede do estado em todo lugar. Então, por que este desprezo com o velho e prestativo Cleriston?
Sim, porque ai de Feira e região se não fossem os milagres que ele faz. Então, governador, não precisa nada de granito não. Só melhore as condições primitivas de atendimento do médico da Emergência. Bote umas mesas, uns armários decentes. Umas bancadas para preparar medicação com mais rigor. Uns aparelhos de ar condicionado de verdade. Abra uma enfermaria para reordenar as macas. Organize o ambulatório. Divida as salas porque é antiético atender e ensinar com um paciente ouvindo a conversa do outro.
Não há nenhum custo exorbitante não. Eu confio que o senhor pode autorizar esta guaribada por lá, enquanto nosso hospital não vem. Eu sei que não é muito, mas eu me comprometo a fazer muitos elogios aqui na coluna quando o senhor concluir a arrumação.
Abraços, governador.

Ministério de Temer
            As escolhas de Temer apontam aspectos positivos, mas são menores do que os notáveis esperados.
A equipe econômica tem nomes muito positivos - Mansueto de Almeida, Ilan Goldfjan, Serra, por exemplo. Há ainda Jungmann, que fica bem na Defesa.
Alguns nomes , no entanto, não mereciam estar lá: Jucá, Sarney Filho, Picciani, Ricardo Barros, Kassab, Blairo Maggi. Parece mais uma seleção para foro privilegiado do que um grupo de salvadores da nação. 
De qualquer modo, após o chove não molha, a redução de número do número de ministérios foi uma ação salutar.

Limpeza
É preciso agora desencrostar a máquina pública, para que ela ganhe eficiência e mérito.
Não podemos fazer do espaço público um meio para dar sustentação a militantes e beneficiar familiares e amigos.
Quanto mais eficaz e enxuta ela for, mais recursos poupará para a nação.

Ovo da serpente
Certos ovos de serpente - esteve aí o Cunha que não nos deixa mentir -, como aprendemos, devem ser destruídos antes de chocados.
A nomeação de Leonardo Picciani para Ministro dos Esportes, o homem que estará à frente do maior evento de repercussão mundial deste período, que levará a imagem do Brasil ao mundo, que simboliza a prática esportiva com espírito ético, nobre, é uma destas escolhas estúpidas, intoleráveis e inaceitáveis.
É um tiro no pé, uma ofensa, um acinte com quem esteve nas ruas. Aos Picciani já basta a exclusividade de sua empresa no fornecimento das pedras de todas as obras da Olimpíada.

O invertebrado Maranhão
O ato do deputado de coleira, Waldir Maranhão, jamais teve como objetivo qualquer sucesso jurídico. Nem seus mentores - Eduardo Cardoso e Flávio Dino - jamais esperaram qualquer consequência legal deste ato individual invalidar um ato colegiado que seguiu um rito determinado pelo STF.
Desde sempre o objetivo foi o achincalhe do processo, a exposição do impeachment como um projeto avacalhado, a desmoralização da Câmara como parteira do ato.
Todos sabiam - inclusive a presidente - que a missão seria abortada por Renan Calheiros ou pela Justiça. Mas ela já teria cumprido seu papel jogando um pouco mais de lama, de nódoa, na tramitação do impedimento.
O que é asqueroso pensar é que há homens - se podemos lhe classificar assim - invertebrados e que por isso conseguem se curvar a qualquer oferta.

Fator Lázaro
Nunca vi governador perder para um prefeito, mas Rui Costa perdeu para Ronaldo, que comprou o passe de Lazaro, talvez o fiel da balança desta eleição, pois certamente levaria de 20.000 a 30.000 votos, possibilidade real de segundo turno.
Dizem que estava tudo certo, mas cumprir que é bom, nada. Lázaro então botou o burro na sombra com um pé na prefeitura de Neto, em Salvador, outro, no governo local.

Oposição
  É, também, incrível que após 10 anos de poder no Brasil e na Bahia o PT não tenha crescido como oposição em Feira, ainda que os votos de Neto, seu principal líder, tenham crescido para prefeito e deputado.
O PT escanteou Marialvo, liberou Sergio, perdeu Ângelo, despachou Pablo. Quer dizer, a oposição, com toda a força do estado, tem dois vereadores, sendo que um, aliás, é bem provável que dê adeus à Casa nesta eleição. É outro fenômeno a ser investigado.

Rasta
Deve constar, sem dúvida, dos inusitados da cidade, que Jonhatas, com nível superior e que pretendia salvar a cidade, tenha ficado de fora, ao que parece, por prestação de conta fora do prazo. Imagina tomar conta das contas da prefeitura. 

Ronaldo
No outro lado, Ronaldo, fiel à máxima de que cacique não cria sombra, não fez um líder real capaz de manter a hegemonia que já teve e ainda tem, embora menor.
Anulou, politicamente, as três famílias com herdeiros políticos na cidade, especialmente Colbert, que era o maior deles, colocando-os todos sob seu vasto guarda–chuva. No máximo, participarão da luta intestina pós Ronaldo. Após o próximo mandato, esclareço.

 Tudo ou nada
            Ao contrário do passado quando as três famílias - Falcão, Carneiro, Martins - disputavam o comando da cidade com possibilidades reais de vitória, Ronaldo reinou praticamente sozinho, com uma oposição que nunca foi uma ameaça real (vide as vitórias no primeiro turno).
A cidade, certamente por culpa dos seus cidadãos, não conseguiu construir alternativas que tivessem um ar de viabilidade e fizessem pressão até para Ronaldo buscar ter um desempenho maior do que o que tem.
Não há nada mais complicador para um governo do que uma oposição poderosa e competitiva; não há nada mais perigoso para o eleitor do que um governo sem oposição capacitada e viável.


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