Muito boa a entrega de novas viaturas
para Feira, região em que a violência está explodindo, e as novas moradias.
Parabéns, governador.
Vi, também, que o senhor disse que já
pediu autorização para, com dinheiro de um financiamento do Banco Mundial,
fazer um novo hospital. Bem, eu nem vou considerar que a mudança de presidente
dificulte as coisas, mas a verdade é que se tudo correr a jato, leva uns três
anos para resolver.
O senhor acha que o HGCA agüenta três
anos sem nenhum investimento? Uma mão de tinta, uma arrumação da emergência,
uma ordenação dos leitos, uma ampliação e melhoria das condições de
trabalho?
O senhor faz manutenção dos hospitais da
rede do estado em todo lugar. Então, por que este desprezo com o velho e
prestativo Cleriston?
Sim, porque ai de Feira e região se não
fossem os milagres que ele faz. Então, governador, não precisa nada de granito
não. Só melhore as condições primitivas de atendimento do médico da Emergência.
Bote umas mesas, uns armários decentes. Umas bancadas para preparar medicação
com mais rigor. Uns aparelhos de ar condicionado de verdade. Abra uma
enfermaria para reordenar as macas. Organize o ambulatório. Divida as salas porque
é antiético atender e ensinar com um paciente ouvindo a conversa do outro.
Não há nenhum custo exorbitante não. Eu
confio que o senhor pode autorizar esta guaribada por lá, enquanto nosso
hospital não vem. Eu sei que não é muito, mas eu me comprometo a fazer muitos
elogios aqui na coluna quando o senhor concluir a arrumação.
Abraços,
governador.
Ministério de
Temer
As
escolhas de Temer apontam aspectos positivos, mas são menores do que os
notáveis esperados.
A equipe econômica tem nomes muito
positivos - Mansueto de Almeida, Ilan Goldfjan, Serra, por exemplo. Há ainda
Jungmann, que fica bem na Defesa.
Alguns nomes , no entanto, não mereciam
estar lá: Jucá, Sarney Filho, Picciani, Ricardo Barros, Kassab, Blairo Maggi.
Parece mais uma seleção para foro privilegiado do que um grupo de salvadores da
nação.
De qualquer modo, após o chove não
molha, a redução de número do número de ministérios foi uma ação salutar.
Limpeza
É preciso agora desencrostar a máquina
pública, para que ela ganhe eficiência e mérito.
Não podemos fazer do espaço público um
meio para dar sustentação a militantes e beneficiar familiares e amigos.
Quanto mais eficaz e enxuta ela for,
mais recursos poupará para a nação.
Ovo da serpente
Certos ovos de serpente - esteve aí o
Cunha que não nos deixa mentir -, como aprendemos, devem ser destruídos antes
de chocados.
A
nomeação de Leonardo Picciani para Ministro dos Esportes, o homem que estará à
frente do maior evento de repercussão mundial deste período, que levará a
imagem do Brasil ao mundo, que simboliza a prática esportiva com espírito
ético, nobre, é uma destas escolhas estúpidas, intoleráveis e inaceitáveis.
É
um tiro no pé, uma ofensa, um acinte com quem esteve nas ruas. Aos Picciani já
basta a exclusividade de sua empresa no fornecimento das pedras de todas as
obras da Olimpíada.
O invertebrado Maranhão
O ato do deputado de coleira, Waldir Maranhão,
jamais teve como objetivo qualquer sucesso jurídico. Nem seus mentores -
Eduardo Cardoso e Flávio Dino - jamais esperaram qualquer consequência legal
deste ato individual invalidar um ato colegiado que seguiu um rito determinado
pelo STF.
Desde sempre o objetivo foi o achincalhe
do processo, a exposição do impeachment como um projeto avacalhado, a
desmoralização da Câmara como parteira do ato.
Todos sabiam - inclusive a presidente -
que a missão seria abortada por Renan Calheiros ou pela Justiça. Mas ela já
teria cumprido seu papel jogando um pouco mais de lama, de nódoa, na tramitação
do impedimento.
O que é asqueroso pensar é que há homens
- se podemos lhe classificar assim - invertebrados e que por isso conseguem se
curvar a qualquer oferta.
Fator Lázaro
Nunca
vi governador perder para um prefeito, mas Rui Costa perdeu para Ronaldo, que
comprou o passe de Lazaro, talvez o fiel da balança desta eleição, pois
certamente levaria de 20.000 a 30.000 votos, possibilidade real de segundo
turno.
Dizem
que estava tudo certo, mas cumprir que é bom, nada. Lázaro então botou o burro
na sombra com um pé na prefeitura de Neto, em Salvador, outro, no governo
local.
Oposição
É, também, incrível que após 10 anos de poder no Brasil e na Bahia o PT não
tenha crescido como oposição em Feira, ainda que os votos de Neto, seu
principal líder, tenham crescido para prefeito e deputado.
O
PT escanteou Marialvo, liberou Sergio, perdeu Ângelo, despachou Pablo. Quer
dizer, a oposição, com toda a força do estado, tem dois vereadores, sendo que
um, aliás, é bem provável que dê adeus à Casa nesta eleição. É outro fenômeno a
ser investigado.
Rasta
Deve
constar, sem dúvida, dos inusitados da cidade, que Jonhatas, com nível superior
e que pretendia salvar a cidade, tenha ficado de fora, ao que parece, por
prestação de conta fora do prazo. Imagina tomar conta das contas da
prefeitura.
Ronaldo
No
outro lado, Ronaldo, fiel à máxima de que cacique não cria sombra, não fez um
líder real capaz de manter a hegemonia que já teve e ainda tem, embora menor.
Anulou,
politicamente, as três famílias com herdeiros políticos na cidade,
especialmente Colbert, que era o maior deles, colocando-os todos sob seu vasto
guarda–chuva. No máximo, participarão da luta intestina pós Ronaldo. Após o
próximo mandato, esclareço.
Tudo ou nada
Ao
contrário do passado quando as três famílias - Falcão, Carneiro, Martins -
disputavam o comando da cidade com possibilidades reais de vitória, Ronaldo
reinou praticamente sozinho, com uma oposição que nunca foi uma ameaça real
(vide as vitórias no primeiro turno).
A cidade, certamente por culpa dos seus cidadãos,
não conseguiu construir alternativas que tivessem um ar de viabilidade e
fizessem pressão até para Ronaldo buscar ter um desempenho maior do que o que
tem.
Não há nada mais complicador para um governo do que
uma oposição poderosa e competitiva; não há nada mais perigoso para o eleitor
do que um governo sem oposição capacitada e viável.
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