Sem dúvida que a atitude mais
acertada e corajosa do novo governo até agora foi a reação de José Serra aos
protestos dos países bolivarianos contra o impeachment.
Ao
reagir com duas firmes notas, Serra deu uma guinada na nossa vergonhosa e
cúmplice política a externa. Foi firme, preciso e mostrou que o Brasil é
soberano e não pode servir de saco de pancadas a ditaduras e demais países
bolivarianos.
A
partir de agora, com certeza vão pensar duas vezes antes de atacar o cachorro
grande.
Serra e Cuba
A longeva e caquética ditadura cubana
lidera as reações contra o impeachment, como se tivesse alguma condição moral
de criticar uma democracia. Aliás, quando Farinas morreu em uma prisão cubana,
apesar de ser um preso político, Lula comparou os dissidentes a criminosos de
São Paulo e disse que não podia interferir.
Agora
Cuba pode interferir no Brasil? Em verdade estão defendendo apenas o dinheiro
do porto, do aeroporto, do Mais Médicos, que compõe seu parasitismo e oxigênio
para manter a ditadura.
Roubo do rombo
Exceto, talvez, a do Plano Real, nunca
antes na história deste país tivemos uma equipe econômica com tamanha densidade
técnica. Tomara que seja, pois terão de fazer milagres para compensar o rombo
de R$ 150 bilhões deixado pelo PT. Por
enquanto.
Cunha
Apenas
o Brasil primitivo, canalha, cúmplice, pode tolerar Eduardo Cunha à solta. A
Justiça não consegue prendê-lo, a Câmara não consegue cassá-lo. É um acinte. O
deputado, apoiado por governo e oposição, vai levando o processo, barganhando,
adiando de forma escandalosa o seu julgamento. Ou a sociedade cobra ou Cunha
vencerá.
Desqualificação
Chega a ser uma aberração a Câmara aceitar o deputado Maranhão como um
presidente figurativo, que concorda em não presidir as sessões.
É
golpe.
Cultura e
equívocos
Cultura é um bem essencial. Nem mais,
nem menos importante que saúde, educação, ou outros, embora alguns apresentem
maior letalidade a curto prazo, sendo por isso mesmo tão citados ao serem
usados contra os artistas que nunca se manifestaram quando as verbas de
educação e saúde foram cortadas, prejudicando a população. Há alguma razão em
lhes cobrar esta participação, pois afinal têm voz e mídia. Mas há cobranças
exageradas, que generalizam e misturam alhos com bugalhos.
A longo prazo a Cultura pesa tanto na
qualidade de vida como qualquer outra necessidade humana e não acredito que alguém
possa desvalorizar os benefícios, inclusive econômicos, que ela proporciona.
Não creio, entretanto, que um Ministério
ou uma Secretaria mudem a dimensão que a Cultura tem e nem seus resultados.
Muitos países importantes não têm Ministério da Cultura.
O que fará diferença é se será planejada
e executada por gente COMPETENTE, otimizando os poucos recursos existentes, e
que não tente usar as verbas para comprar consciências, patrocinando as coisas
mais estapafúrdias possíveis.
Aliás, o jornalista Ancelmo Gois já
noticiava em sua coluna, em 2015, que funcionários do MEC, do Rio, iriam propor
mudança como forma de sobrar mais verba para a própria cultura.
O campo de batalha que se tornou a fusão
com a Educação incendiou o debate no país. Os favoráveis à fusão criticam
também os critérios de aplicação da Lei Rouanet, que ao longo do tempo mais
viciou que qualificou a produção cultural nacional, servindo a diversos
artistas que são do show-business e parecem esquecer que business é business e
não apêndice estatal.
Esta escravatura intelectual pode ser
explicada por uma entrevista da atriz Fernanda Montenegro onde ela conta como
os artistas viabilizavam suas produções em banco e com o tempo foram se
"estatizando", ficando dependentes das verbas governamentais.
Acho que precisamos, na Cultura, é da
garantia de verbas, revisão dos mecanismos de financiamento e definição de uma
política cultural que priorize as necessidades culturais mais enfraquecidas e
não o show business. Com a estrutura mais enxuta possível.
O
resto é choro, desamparo, partidarismo.
Andre Moura
Até a governabilidade tem
limite. Ter André Moura, acusado de homicídio e investigado na Lava Jato
liderando o governo é um excesso de pragmatismo, de realpolitik. O Brasil não
pode tolerar que bandoleiros liderem deputados, a não ser que sejam outros
bandoleiros.
Bem,
são outros bandoleiros, mas não podemos tolerar..
A maior taxa de desemprego foi vista no
Nordeste, ao passar de 9,6% para 12,8%.
Que crise? (II)
Entre os Estados, a Bahia registrou o
maior índice de desemprego: 15,5%. Arrebentou
o estado.
Que crise? (III)
SUS
perde 23 mil leitos em 5 anos.
Que crise? (IV)
Talvez seja o caso de lançar um plano de emergência para leitos
hospitalares: penduradores de rede. Assim o doente já pode vir equipado para o
internamento.
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