segunda-feira, 23 de maio de 2016

Gol de Serra

            Sem dúvida que a atitude mais acertada e corajosa do novo governo até agora foi a reação de José Serra aos protestos dos países bolivarianos contra o impeachment.

Ao reagir com duas firmes notas, Serra deu uma guinada na nossa vergonhosa e cúmplice política a externa. Foi firme, preciso e mostrou que o Brasil é soberano e não pode servir de saco de pancadas a ditaduras e demais países bolivarianos.
A partir de agora, com certeza vão pensar duas vezes antes de atacar o cachorro grande.

Serra e Cuba 
A longeva e caquética ditadura cubana lidera as reações contra o impeachment, como se tivesse alguma condição moral de criticar uma democracia. Aliás, quando Farinas morreu em uma prisão cubana, apesar de ser um preso político, Lula comparou os dissidentes a criminosos de São Paulo e disse que não podia interferir.
Agora Cuba pode interferir no Brasil? Em verdade estão defendendo apenas o dinheiro do porto, do aeroporto, do Mais Médicos, que compõe seu parasitismo e oxigênio para manter a ditadura.

Roubo do rombo
Exceto, talvez, a do Plano Real, nunca antes na história deste país tivemos uma equipe econômica com tamanha densidade técnica. Tomara que seja, pois terão de fazer milagres para compensar o rombo de R$ 150 bilhões deixado pelo PT. Por enquanto.  

Cunha
Apenas o Brasil primitivo, canalha, cúmplice, pode tolerar Eduardo Cunha à solta. A Justiça não consegue prendê-lo, a Câmara não consegue cassá-lo. É um acinte. O deputado, apoiado por governo e oposição, vai levando o processo, barganhando, adiando de forma escandalosa o seu julgamento. Ou a sociedade cobra ou Cunha vencerá.

 Desqualificação
     Chega a ser uma aberração a Câmara aceitar o deputado Maranhão como um presidente figurativo, que concorda em não presidir as sessões.
É golpe.

Cultura e equívocos
Cultura é um bem essencial. Nem mais, nem menos importante que saúde, educação, ou outros, embora alguns apresentem maior letalidade a curto prazo, sendo por isso mesmo tão citados ao serem usados contra os artistas que nunca se manifestaram quando as verbas de educação e saúde foram cortadas, prejudicando a população. Há alguma razão em lhes cobrar esta participação, pois afinal têm voz e mídia. Mas há cobranças exageradas, que generalizam e misturam alhos com bugalhos.
A longo prazo a Cultura pesa tanto na qualidade de vida como qualquer outra necessidade humana e não acredito que alguém possa desvalorizar os benefícios, inclusive econômicos, que ela proporciona.
Não creio, entretanto, que um Ministério ou uma Secretaria mudem a dimensão que a Cultura tem e nem seus resultados. Muitos países importantes não têm Ministério da Cultura.
O que fará diferença é se será planejada e executada por gente COMPETENTE, otimizando os poucos recursos existentes, e que não tente usar as verbas para comprar consciências, patrocinando as coisas mais estapafúrdias possíveis.
Aliás, o jornalista Ancelmo Gois já noticiava em sua coluna, em 2015, que funcionários do MEC, do Rio, iriam propor mudança como forma de sobrar mais verba para a própria cultura.
O campo de batalha que se tornou a fusão com a Educação incendiou o debate no país. Os favoráveis à fusão criticam também os critérios de aplicação da Lei Rouanet, que ao longo do tempo mais viciou que qualificou a produção cultural nacional, servindo a diversos artistas que são do show-business e parecem esquecer que business é business e não apêndice estatal.
Esta escravatura intelectual pode ser explicada por uma entrevista da atriz Fernanda Montenegro onde ela conta como os artistas viabilizavam suas produções em banco e com o tempo foram se "estatizando", ficando dependentes das verbas governamentais.
Acho que precisamos, na Cultura, é da garantia de verbas, revisão dos mecanismos de financiamento e definição de uma política cultural que priorize as necessidades culturais mais enfraquecidas e não o show business. Com a estrutura mais enxuta possível.
O resto é choro, desamparo, partidarismo.

Andre Moura
      Até a governabilidade tem limite. Ter André Moura, acusado de homicídio e investigado na Lava Jato liderando o governo é um excesso de pragmatismo, de realpolitik. O Brasil não pode tolerar que bandoleiros liderem deputados, a não ser que sejam outros bandoleiros.
Bem, são outros bandoleiros, mas não podemos tolerar..

A maior taxa de desemprego foi vista no Nordeste, ao passar de 9,6% para 12,8%.

Que crise? (II)
Entre os Estados, a Bahia registrou o maior índice de desemprego: 15,5%. Arrebentou o estado.

Que crise? (III)
SUS perde 23 mil leitos em 5 anos.

Que crise? (IV)
      Talvez seja o caso de lançar um plano de emergência para leitos hospitalares: penduradores de rede. Assim o doente já pode vir equipado para o internamento. 


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