
Podemos ter um Ministério absolutamente
improdutivo- e já o tivemos, por bastante tempo- ou hiperfuncionante. Há Secretarias
estaduais que produziram com mais qualidade que o órgão central e isto se
repete até em minha cidade, com a variação de gestores. Podemos ter um
Ministério de Cultura e Comunicação como na França, Cultura, Educação e
Esportes como na Espanha, ou só um Departamento, como na Inglaterra. Não consta
que estes países tenham inviabilizado sua expressão cultural por conta disto.
A unificação de Cultura e Educação com
uma Secretária, ao contrário da gritaria, faria com que a estrutura mais enxuta
economizasse gastos. O que fará diferença não é seu status, mas sua
transparência , sua capacidade de execução, sua definição de politica cultural,
que não a transforme numa sinecura confortável para grupinhos, artistas do
show-business ou amigos do poder, mas seja realmente capaz de fomentar o
desenvolvimento e aprofundamento da cultura do país em todas as suas dimensões
, inclusive como geradora de emprego e renda.
O governo do PT com sua TV oficial,
contratos com blogs sujos( apontados na lava-jato), liberação de verbas do MinC
para projetos estapafúrdios - e outros justos- apenas montou uma rede de
formadores de opinião captando jornalistas, artistas com voz na mídia, que
possuem espaço e repercussão. Muitos deles acomodaram-se ao baixo risco de
investimento e exigência de sua produção em um processo feliz para todos,
afinal, correr perigo com o dinheiro do contribuinte é tranquilo e favorável.
Na velha prática da dominação cultural o governo construiu sua gordura
protetora.
A gritaria contra a unificação vem de
muitos que o fazem independente do resultado- é a militância praticante-, e
outra significativa parte vem dos seriam obrigados a respirar sem o aparelho
governamental. Não houve um argumento sequer, apresentado, mostrando que o
fechamento do MinC transformaria a pujante cultura nacional numa bagaceira
geral. Ninguém deu exemplo de um país que dependa deste majestoso cabide de
emprego.
Volto e encerro. Não é o status, nem o
tamanho do orgão que mudará os resultados. O sucesso ou fracasso do novo
Ministro não dependerá da atual estrutura. Torço por seu sucesso, embora sua
origem carioca, com amizades demais no eixo sul, me deixem dúvidas se resistirá
aos usufrutuários das verbas ministeriais.
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