
Isso porque entendo o momento do Brasil
como um todo como “muito grave”. Chegamos no ponto em que temos que parar de
tratar a política como um jogo de interesses pessoais e pensar coletivamente,
coisa que não estamos acostumados nem gostamos de fazer, mas que neste momento
se torna uma atitude imperativa se queremos construir um futuro melhor. Não
para nós, mas para nosso filhos e netos. No todo eu vejo que o País já
experimento tudo que podia e não pode mais ficar tateando às cegas. É hora de
decidir, com vontade, com firmeza, convicção, qual regime político é melhor
para a maioria (é impossível agradar a todos) e viver e defender com unhas e
dentes as regras deste regime. Quem não gostar da decisão da maioria que se
mude, vá procurar lugar melhor para viver, que atenda suas expectativas.
Passamos por um regime colonial, pela
monarquia, experimentamos um parlamentarismo, uma ditadura civil, uma ditadura
militar, e decidimos (decidimos?) pela democracia. E por este longo caminho
fomos manipulados, enganados, traídos, forçados, induzidos a erros, tudo por
conta do nosso comodismo, deste modo de vida alegre, mas, irresponsável, que
trata coisas sérias como brincadeiras. Durante esta luta para tirar os corruptos
do poder, ouvi uma opinião de uma jornalista, muito lúcida. Dizia ela: “Enquanto
você está aí com a bunda no sofá assistindo ao Faustão, milhares de
vermelhinhos estão nas ruas, trabalhando para tirar sua liberdade”. Qualquer um
com um mínimo de bom senso, pelo menos deixaria o que estava fazendo para
prestar atenção no que está acontecendo nas ruas ou até mesmo no quintal ou
mesmo dentro da sua casa.
Fala-se tanto na alienação dos jovens,
mas foram eles que sacudiram as redes sociais e convocaram as pessoas a ir às
ruas e lutar por seus direitos, protestar, dar seu recado ao político,
lembrando a eles que nós, cidadãos, que trabalhamos e pagamos os impostos que
pagam os salários deles, somos seus patrões, e não o contrário, como eles
sempre querem nos fazer acreditar.
O meu espírito libertário e democrático
me levou às passeatas estudantis quando eu tinha apenas 14 anos. Me fez perder
bons empregos, boas oportunidades, passar dificuldades financeiras. Mas, querem
saber? Não me arrependo de nada e faria tudo outra vez. Eu quero a democracia e
luto por ela toda a minha vida. Estou com 62 anos e só vou parar de lutar pela
liberdade quando morrer.
E você o que quer? Tem certeza disso?
Então vá lutar pelo que você quer, porque ninguém vai fazer isso por você. Nem
Jesus Cristo, porque ele mesmo disse: “Ajuda-te, que os céus te ajudarão”.
P.S.
Lutar não significa apenas um confronto direto. Há muitas armas e frentes de
batalha numa guerra. Escolha as suas e vá luta!
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