O estupro coletivo de uma adolescente de
16 anos no Rio de Janeiro que desencadeou um amplo debate sobre a existência de
uma cultura do estupro no Brasil ganhou páginas e sites de publicações pelo
mundo nesta sexta-feira.
Órgãos
de imprensa de diferentes continentes relataram a investigação do crime e a
campanha massiva que tomou as redes sociais no Brasil.
"O Brasil encara sua própria crise
de Nirbhaya", escreveu o jornal The Times of India, em referência
ao episódio de 2012 em que uma estudante indiana foi estuprada por uma gangue
em um ônibus em movimento em Nova Déli e morreu em decorrência de graves
ferimentos internos.
"Com menos de dois meses antes da
chegada ao Rio de atletas de ponta e centenas de milhares de amantes do esporte
para as Olimpíadas, a reputação da cidade sofreu um sério impacto com um
estupro coletivo de uma menina de 16 anos por mais de 30 homens em uma favela
da cidade", escreve o jornal.
A publicação descreve um país
"completamente sacudido" pela brutalidade do crime, embora ressalte
que "crimes sexuais não são incomuns nas favelas onde quadrilhas armadas
operam".
O jornal faz uma crítica à cobertura do
caso pela imprensa brasileira, apontando "silêncio" dos principais
meios do país sobre o tema. Afirma ainda que o crime "reviveu memórias"
de 2013, quando uma turista americana foi sequestrada por três homens em uma
van no Rio e estuprada por oito vezes na frente do namorado francês.
"Quando a Índia foi abalada pelo
caso Nirbhaya em dezembro de 2012, a grande mídia brasileira cobriu o episódio
em detalhes, rotulando a Índia como "lugar perigoso para mulheres".
Mas a como mídia aqui continua calada sobre o caso do Rio e outro estupro
coletivo registrado no Estado do Piauí na semana passada, está sob duras
criticas de todos os lados", escreve o correspondente do jornal em São
Paulo, Shobhan Saxena.
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